A operação de socorro do navio humanitário “Ocean Viking”, da SOS Mediterrâneo, aconteceu ao final da manhã, a 34 milhas náuticas (63 quilómetros) da costa libanesa.

À AFP, a SOS Méditerranée detalhou que foram auxiliados 31 homens, oito mulheres e 67 menores, 51 dos quais viajavam sozinhos.

A associação humanitária francesa, com sede em Marselha, no sul de França, respondia a uma “embarcação pneumática sobrelotada em aflição em águas internacionais”, explicou a ONG numa publicação na rede social Twitter.

Nessa publicação, a organização adianta que uma pessoa, que perdeu a consciência, foi “evacuada para o navio e está a recuperar”, e que “vários sobreviventes estavam num estado de forte sofrimento emocional”.

Na quinta-feira, o “Ocean Viking” tinha prestado socorro a dez pessoas, das quais três crianças e um bebé apresentavam sinais claros de desidratação.

Esta é a segunda missão que o navio faz neste inverno. Na primeira, foram resgatadas cerca de 800 pessoas.

Atualmente, operam naquelas águas dois navios de socorro, explica a AFP, sendo o outro da ONG espanhola Open Arms, que disse, na quinta-feira, também no Twitter, que aquela é “a fronteira mais mortal do mundo”.

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Em 2020, mais de 1.200 migrantes perderam a vida no Mediterrâneo.

Os migrantes africanos partem, essencialmente, da Tunísia e da Líbia, em busca de exílio na Europa, onde tentam entrar via Itália.

No início de março, a comissária para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic, pediu aos Estados-membros da organização que garantissem “o desembarque seguro e rápido” dos refugiados e migrantes resgatados no Mediterrâneo, apelando a “uma verdadeira solidariedade europeia”.

No relatório “Um SOS pelos direitos humanos. O fosso crescente na proteção dos migrantes no Mediterrâneo”, Dunja Mijatovic apelou à garantia de socorro “adequado e eficaz” por parte dos Estados e disponibilidade das capacidades de salvamento marítimo.

Nesse sentido, a comissária exortou aos países a “darem uma resposta rápida aos pedidos de ajuda”.

Entre as recomendações de Mijatovic, destacou-se a criação de rotas seguras e legais, “a começar pelas pessoas que precisam de proteção internacional”.

Além disso, apelou ao fim das expulsões ou outros tipos de regresso de refugiados e migrantes “a áreas ou situações onde estão expostos a graves violações dos direitos humanos”.

Também recomendou “deixar de obstruir as atividades de direitos humanos das organizações da sociedade civil, se estas estiverem envolvidas em busca e salvamento ou monitorização de direitos humanos”.

Mijatovic pediu aos Estados que as “suas leis não criminalizem as buscas e resgates” organizados por essas ONG e que não sancionem a recusa dos capitães de navios em seguir instruções que poriam em risco a eficácia das operações de resgate.