O indicador diário de atividade económica (DEI) registou na terceira semana de março uma variação homóloga “muito superior” à da semana anterior, divulgou esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP).

Em comunicado, o banco central explica que “o facto de o período de base corresponder ao início do primeiro estado de emergência de 2020, onde se observou uma forte deterioração dos indicadores, justifica esta evolução homóloga muito acentuada”.

Adicionalmente, refere, “a terceira semana de março foi marcada pelo início do atual desconfinamento”.

Lançado em 28 de janeiro, este novo indicador do BdP pretende identificar “mais facilmente” alterações abruptas na atividade económica e tem divulgação semanal à quinta-feira, com informação até ao domingo precedente.

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Na sua primeira edição, relativa à terceira semana de janeiro, o DEI apontou “uma deterioração marcada” da atividade económica após o início do confinamento decretado em 15 de janeiro, tendo depois registado, para os sete dias seguintes, “uma queda homóloga semelhante à observada na semana anterior”.

Na primeira semana de fevereiro, o BdP reportou um recuo homólogo “menor” do DEI face à semana precedente, tendo depois apontado, nos sete dias seguintes, uma queda homóloga “ligeiramente menor” e uma estabilização da quebra homóloga na terceira semana de fevereiro.

Na semana seguinte, a última de fevereiro, registou-se um recuo homólogo “mais acentuado” face à anterior, a que se seguiu um novo agravamento nos primeiros sete dias de março e uma manutenção da queda homóloga na segunda semana deste mês.

O DEI cobre diversas dimensões correlacionadas com a atividade económica em Portugal, sumariando a informação das seguintes variáveis diárias: tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.

Conforme explica o BdP, a utilização deste tipo de dados de alta frequência “intensificou-se na sequência da crise desencadeada pela pandemia de Covid-19”, já que, dado o “curto desfasamento” da sua divulgação face ao período de referência, permitem “identificar atempadamente alterações bruscas na atividade económica”.

Contudo, ressalva, este indicador “não constitui uma previsão oficial do Banco de Portugal ou do Eurosistema”.

A data prevista para próxima divulgação do DEI é 1 de abril.