As autoridades de saúde norueguesas prorrogaram esta sexta-feira a suspensão da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca até 15 de abril, considerando necessário examinar os seus possíveis efeitos colaterais após o surgimento de casos graves de coágulos sanguíneos.

A Noruega junta-se assim à Dinamarca, que também prorrogou a suspensão do medicamento, enquanto a maioria dos outros países europeus retomou o uso da vacina AstraZeneca, que foi declarada “segura e eficaz” pelo regulador europeu.

“É uma decisão difícil, mas justificada, para prolongar a pausa da vacina da AstraZeneca”, disse Geir Bukholm, funcionário do Instituto Norueguês de Saúde Pública (FHI), em um comunicado.

Acreditamos que haja necessidade de mais estudos sobre esses casos para poder dar o melhor conselho possível sobre a vacinação à população norueguesa”, acrescentou.

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No país nórdico, vários profissionais de saúde com idade inferior a 55 anos e até então com boa saúde apresentaram uma combinação de sintomas atípicos de coágulos sanguíneos, hemorragia e queda das plaquetas, poucos dias após receberem a vacina da AstraZeneca. Três morreram e outra pessoa, também relativamente jovem e sem nenhum problema de saúde conhecido, morreu de hemorragia cerebral.

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Nenhuma ligação foi estabelecida, até agora, entre estes problemas e a vacina do laboratório anglo-sueco, mas uma equipa médica norueguesa disse ter visto nesses casos raros, mas graves, a consequência de uma “poderosa resposta imunológica” desencadeada pela vacina.

“A coisa mais importante é determinar se há uma ligação causal entre a vacinação e esses efeitos colaterais muito graves, como suspeitamos”, disse a chefe da FHI, Camilla Stoltenberg, à rádio NRK.

A suspensão deve atrasar o programa de vacinação da Noruega em uma a duas semanas, disse o instituto.

Pessoas que já receberam a primeira dose da vacina não receberão uma segunda injeção neste momento, segundo o instituto. Entre os primeiros a suspender a vacina AstraZeneca, os países nórdicos estão, agora, a atuar de forma dispersa.

Enquanto a Dinamarca anunciou na quinta-feira uma extensão de três semanas do intervalo para ter tempo de examinar mais de perto os possíveis efeitos colaterais da vacina, a Finlândia, a Islândia e a Suécia retomaram o uso da vacina, reservando-a, no entanto, para idosos.