A Alemanha decidiu suspender a administração da vacina da AstraZeneca em pessoas com menos de 60 anos, ainda que os médicos possam fazer um recomendação do uso desta vacina, caso a caso, mediante avaliação de risco do doente, noticia a DW.

A decisão, que estará em vigor em todo o país, foi anunciada na terça-feira à noite depois de uma reunião de emergência entre o ministro da Saúde do governo alemão, Jens Spahn, e os ministros da Saúde dos 16 estados.

“A confiança vem do conhecimento de que cada suspeita, cada caso, será investigado”, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, depois da reunião.

As restrições agora impostas seguem as linhas orientadoras da comissão permanente de vacinação (STIKO), que, com base nos eventos raros, mas muito graves de tromboses, recomendou que a vacina não fosse dada a maiores de 60 anos, fossem homens ou mulheres (apesar de os casos serem, mais frequentemente reportados em mulheres). Em breve serão comunicadas as orientações para quem, dentro deste grupo, já tomou a primeia dose.

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Alemanha pondera recomendar o uso da AstraZeneca só a pessoas com mais de 60 anos

A justificação para a interrupção são os casos de tromboses e formação de coágulo sanguíneos em pessoas que tinham sido vacinadas. A Alemanha reportou 31 casos, dos quais nove resultaram em morte, entre 1,68 milhões de doses da AstraZeneca administradas. Ainda não foi demonstrado, no entanto, que exista uma relação entre os acidentes tromboembólicos e a administração da vacina.

Também na terça-feira, Berlim e Munique já tinham suspendido o uso da vacina em grupos etários específicos. A vacina também já tinha sido suspensa em mulheres com menos de 55 anos no distrito de Euskirchen, na região da Colónia.

“Os benefícios ainda superam os riscos”, disse Tobias Kurth, epidemiologista no Hospital Charité de Berlim, um dos primeiros a suspender o uso da vacina em mulheres com menos de 55 anos. Os eventos são “muito, muito raros”, confirma, mas ainda assim mais frequentes do que seria esperado.