Oito jogos com uma lesão muscular pelo meio, seis como titular, apenas um golo, três empates só nos últimos quatro encontros. O Sporting até bateu o registo máximo de remates numa primeira parte e num jogo a contar para o Campeonato mas a igualdade frente ao Belenenses SAD arrancada apenas nos descontos e de penálti fez com que a vantagem na liderança ficasse reduzida para quatro pontos. Os sinais de impaciência começam agora a aparecer de forma mais consistente e foi em Paulinho que recaíram grandes partes das críticas.

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Num dia que ficou marcado pela passagem de uma pequena avioneta pela Academia com a mensagem “Mais do que nunca, nós acreditamos” enquanto os jogadores treinavam em Alcochete sob as ordens de Rúben Amorim, as redes sociais do avançado voltaram a ser invadidas com vários comentários críticos (em contraponto com outros que davam apoio ao jogador) e o avançado fechou essa possibilidade nas suas páginas oficiais, depois de já ter colocado algumas limitações após o encontro em Moreira de Cónegos – precisamente aquele onde marcou o único golo pelos leões e teve outro anulado por posição irregular no início da jogada. De forma inevitável, o “tema Paulinho” voltou a ser abordado em conferência  pelo técnico verde e branco antes do jogo em Braga. De maneira quase previsível, Amorim saiu mais uma vez em defesa do internacional português, a contratação mais cara de sempre do Sporting num valor de 16 milhões de euros por 70% (menos três pela cedência de Borja).

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“Se é um desafio para mim? Se estamos a criar mais oportunidades, [agora] é rematar melhor à baliza. Se criamos mais e concedemos menos… Quando os resultados não aparecem é normal que as pessoas tenham dúvidas mas eu não vou mudar. Sou assim porque acredito, acredito que este é o caminho. Em relação ao Paulinho, em relação aos outros. No início era porque o sistema era sempre o mesmo… Estou blindado, baseio-me nas pessoas que tenho aqui, naquilo que penso e escolho de acordo com isso”, comentou o técnico.

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“Não, o jogo em Braga não é definitivamente decisivo para o Paulinho e para o Sporting também não. É mais para o Sp. Braga, porque se vencermos eles ficam matematicamente fora do título. Não somos ingénuos, mas não é decisivo. Não é para o Sporting e muito menos para o Paulinho. Para mim é o melhor avançado português, continua a ser o melhor avançado português, está a fazer bem o trabalho dele. A opinião mais importante é a minha. Não é a mais válida mas é a mais importante porque eu é que os ponho a jogar. Estofo? Estofo teve ele porque veio do Santa Maria até ser internacional. Ele, que era um desconhecido. Tem de ter esta pressão no Sporting. Estamos em primeiro, com quatro pontos de avanço e… numa crise intensa. É um sinal que o Sporting voltou ao seu lugar. O Paulinho agora tem de se aguentar”, acrescentou a esse propósito Rúben Amorim.

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Em relação ao jogo frente aos minhotos deste domingo (20h), o treinador destacou que a equipa teve a semana normal de preparação e recuperou ainda o erro de Adán com o Belenenses SAD após o grande jogo em Faro.

“Foi tudo igual na preparação. O primeiro treino foi de recuperação e o segundo durou 25 minutos. Foi sempre assim, preparámos bem o treino, as bolas paradas, vimos vídeos… Para nós é sempre uma final mas há que levar isto como mais um jogo do Campeonato. Não temos vencido mas faz parte”, explicou, falando da possibilidade de Nuno Santos e Feddal voltarem à equipa e confirmando que Gonzalo Plata regressou aos eleitos: “Foram todos convocados, menos o [Bruno] Tabata, porque onde vai um vão todos. Amanhã logo se vê se vai para o banco. Está a trabalhar bem, depende dele. Vamos ver, depende dele e das escolhas do treinador”.

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“Pressão? “Faz parte do Campeonato, todas as equipas sentem o mesmo. Com estes empates nos últimos jogos a distância para o segundo lugar diminuiu e com o desenrolar do Campeonato a pressão aumenta. No penálti, o João Mário escolheu um lado e o guarda-redes escolheu o mesmo. No golo sofrido, o Adán pensou em duas coisas ao mesmo tempo. O que vi agora foi um Adán muito confiante. Na semana passada era muito forte, agora acusa a pressão… Mesmo o João Mário falhando o penálti e o Adán falhando, marcámos um golo, fomos buscar a bola à baliza e corremos para o meio-campo, isso é sinal de vitalidade da equipa. Enquanto eles correrem o máximo não tenho problema nenhum. Estamos no bom caminho, é continuar”, concluiu Rúben Amorim.