A maioria dos países da OCDE ainda não tinha, em fevereiro, retomado plenamente o ensino presencial, suspenso devido à pandemia de Covid-19, mas no regresso a tendência é priorizar os alunos mais novos e apostar na vacinação dos professores.
Em 2020, cerca de 1,5 mil milhões de alunos em 188 países estiveram afastados das escolas devido à pandemia de Covid-19 que obrigou ao encerramento de estabelecimentos de ensino um pouco por todo o mundo.
Segundo o relatório “O estado da educação na escola — Um ano de pandemia” da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), em fevereiro deste ano, quase um ano depois do início da pandemia, menos de 40% dos 33 países analisados já tinham retomado plenamente o ensino presencial.
No entanto, os resultados do estudo, que tem vindo a ser atualizado, fazem notar algumas tendências no planeamento do regresso às escolas, designadamente a priorização dos alunos mais novos e a vacinação dos professores.
“O ensino na escola é especialmente importante nos primeiros anos. Essas prioridades refletem-se amplamente nos dados”, lê-se no relatório, que refere que quanto mais elevado o nível de ensino, maior a percentagem de escolas que, em fevereiro, estava encerrada para a maioria dos estudantes.
Essa tendência verificou-se também ao longo do ano passado e nos 30 países com dados comparáveis em todos os níveis de ensino, os estabelecimentos do pré-escolar estiveram encerrados, em média, 42 dias em 2020, enquanto as escolas secundárias fecharam por 67 dias.
No regresso, a maioria dos países também apostou na vacinação do pessoal docente e não docente. Segundo dados de março, 19 entre 31 países da OCDE implementaram medidas para vacinar contra a Covid-19 os profissionais do pré-escolar ao secundário.
Perante o cenário generalizado de escassez de vacinas, a maioria dos países que priorizaram a vacinação dos professores também estabeleceu critérios para definir a ordem em que estes seriam vacinados.
A opção mais frequente, adotada por oito países, foi pelo critério da idade, enquanto outros seis outros países optaram pelo nível escolar. É o caso de Portugal, onde a vacinação começou em 27 de março com os profissionais do pré-escolar e do 1.º ciclo.
A Letónia é outro exemplo, com a priorização dos professores do pré-escolar e ensino especial, por terem um contacto mais próximo com os alunos, além da Rússia que administrou as vacinas com base na taxa de incidência.
O relatório analisa ainda outros aspetos na forma como os países responderam aos efeitos da pandemia de Covid-19 na Educação, referindo que cerca de 55% de 33 países fizeram ajustes no calendário escolar ou no currículo, logo em 2020, sendo que 66% planeavam implementar mudanças este ano.
Relativamente ao ensino à distância, a OCDE refere que os países adotaram diferentes estratégias para mitigar as perdas ao nível do ensino-aprendizagem, por exemplo através do aumento das horas de estudo para determinados alunos.
A maioria dos países apostou também em medidas como o reforço da formação de professores sobre os recursos e ferramentas de ensino remoto, alterações extraordinárias nos modelos de avaliação dos alunos, com o cancelamento ou adiamento de exames.