A Rússia decidiu exigir sistematicamente, no início das videoconferências do Conselho de Segurança da ONU, o regresso às reuniões presenciais na sede das Nações Unidas, garantindo que seria “uma importante mensagem enviada a toda a comunidade internacional”.
O Conselho de Segurança não se reúne presencialmente desde o outono de 2020, depois de um surto de Covid-19 que afetou a missão do Níger nas Nações Unidas, embora o ritmo de sessões não tenha diminuído. Por sua vez, a Assembleia Geral da ONU, com a presença de apenas um representante por país, continuou as sessões presenciais regulares no grande anfiteatro de que dispõe.
Para o Conselho de Segurança, a Rússia forneceu separadores de plástico transparentes, que foram instalados entre os lugares dos 15 embaixadores. Moscovo argumenta que, com o levantamento gradual das restrições em Nova Iorque, e a vacinação de cada vez mais diplomatas, já não se justifica realizar sessões virtuais.
“Estamos convencidos de que nada nos impede de retomar as sessões presenciais na sala do Conselho, respeitando todas as regras de distância”, sublinhou esta quinta-feira o embaixador adjunto da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, na abertura de uma videoconferência sobre a Síria.
Instamos a presidência chinesa do Conselho (em maio) a tomar medidas imediatas para que este se reúna no seu formato habitual”, acrescentou o diplomata russo.
Desde fins de abril que as intervenções russas começam sempre com um apelo urgente para o regresso às sessões presenciais. Frequentemente muito próxima das posições russas na ONU, a China está, paradoxalmente, relutante em regressar aos hábitos pré-pandémicos.
Os Estados Unidos estão na mesma linha, enquanto os europeus estiveram no passado divididos sobre o assunto. Washington e as pequenas missões diplomáticas temem uma rápida neutralização do seu trabalho e argumentam que a sala do Conselho de Segurança não permite “a regra de 6 pés” (183 centímetros) entre as pessoas, observou um diplomata citado pela agência francesa de notícias AFP.
Para deliberar sobre as reuniões e debates presenciais é necessária a unanimidade dos 15 membros do Conselho de Segurança. Desde o início da pandemia, não foi declarado qualquer foco de contaminação na sede da ONU, onde o secretário-geral da organização, António Guterres, impôs rapidamente o teletrabalho aos funcionários.