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Novos bombardeamentos das forças israelitas na Faixa de Gaza

Este artigo tem mais de 2 anos

Depois de uma noite de bombardeamentos — cerca de 450 mísseis atirados durante 40 minutos —, esta manhã houve novo raide das forças israelitas. Desde 2ª já se contam mais de 100 mortos e 800 feridos.

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Depois de uma noite com uma série de bombardeamentos consecutivos das forças israelitas à Faixa de Gaza, esta sexta-feira foram feitas novas ofensivas. As Forças de Defesa do país, esquadrão militar de Israel, começaram por comunicar esta manhã (às 8h53 portuguesas): “Os nossos jatos e aeronaves acabaram de atingir uma série de pontos de lançamento [de rockets] e postos de observação do Hamas em Gaza”.

Mais tarde, já a meio da manhã (hora portuguesa), as autoridades israelitas garantiram ter conseguido bombardear um posto de lançamento de rockets situado na zona norte da Faixa de Gaza, local onde se estaria a preparar uma série de lançamentos de projéteis para a zona centro de Israel. As tropas israelitas anunciaram também ter intercetado um drone da milícia palestiniana Hamas que tinha atravessado Gaza em direção a Israel.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, preveniu  que os raides sobre a Faixa de Gaza não vão terminar proximamente, após uma intensificação dos ataques em direção ao enclave palestiniano que já provocaram mais de 120 mortos desde segunda-feira.

Dez palestinianos mortos pelas forças de segurança de Israel em protestos na Cisjordânia

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“Disse que infligiríamos um sério revés ao Hamas e a outros grupos terroristas (…) Eles pagam e vão continuar a pagar duramente. Ainda não terminou”, declarou Netanyahu após uma reunião no Ministério da Defesa e segundo um comunicado.

Os confrontos alastraram à Cisjordânia, ocupada por Israel, com pelo menos dez palestinianos mortos hoje em confrontos com as forças israelitas.

Já nas cidades israelitas próximas da faixa de Gaza começou a ouvir-se esta manhã uma sirene de alerta, na sequência de um drone do Hamas (presumivelmente carregado com explosivos) ter conseguido entrar no espaço aéreo israelita, de acordo com o jornal The Times of Israel.

A sirene, escreve ainda o The Times of Israel, irá ouvir-se a cada dez minutos até que a ameaça seja neutralizada pelas Forças de Defesa de Israel. Antes desta ameaça, os israelitas terão conseguido intercetar cinco drones palestinianos carregados de explosivos.

Também esta sexta-feira, a agência de notícias alemã DPA escreve que as autoridades israelitas recusaram qualquer diálogo e a mediação do conflito por parte de uma delegação egípcia que se propôs a fazer a ponte entre as duas partes, com vista a um cessar-fogo. A informação avançada à agência de notícias por essa fonte é que as forças israelitas estão exclusivamente concentradas na destruição das capacidades e infra-estruturas militares da milícia palestiniana Hamas. Enquanto o objetivo não for atingido, não procurarão diminuir a escalada de violência.

A estação Al Jazeera escreve, por sua vez, que a organização de ajuda humanitária Save the Children calcula que as últimas ofensivas de Israel tenham danificado 31 escolas na Faixa de Gaza — frequentadas por 24 mil crianças — e um edifício de saúde.

Os ataques noturnos: 40 minutos, 450 mísseis, 150 alvos

Os israelitas tinham atacado em força a Faixa de Gaza durante o final da noite de quinta-feira e início da madrugada de esta sexta-feira (hora portuguesa), com uma série de bombardeamentos. Em comunicado, as Forças de Defesa Israelitas (FDI) garantiram que “durante a noite, aproximadamente 160 aeronaves de 12 esquadrões atingiram mais de 150 alvos subterrâneos no norte da Faixa de Gaza”.

Esta ofensiva aérea noturna terá durado perto de 40 minutos, período durante o qual terão sido disparados cerca de 450 mísseis. Do lado contrário as milícias israelitas dispararam 50 foguetes contra Israel.

Paralelamente aos ataques da Força Aérea, infantaria, artilharia e tropas blindadas destacadas ao longo da fronteira desdobraram-se e dispararam centenas de projéteis de artilharia pesada e dezenas de projéteis de tanques em direção a alvos situados na Faixa de Gaza. Na sequência do ataque, que teve como objetivo provocar danos sérios nos túneis subterrâneos pertencentes ao Hamas e estrategicamente importantes [para o Hamas], muitos quilómetros da rede de túneis ficaram destruídos”, referia ainda o comunicado.

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Os destroços em Beit Hanoun, na Faixa de Gaza, esta sexta-feira

MAHMUD HAMS/AFP via Getty Images

A jornalista palestiniana Aya Isleem partilhou na rede social Twitter um vídeo com imagens transmitidas pela televisão pública israelita, a KAN, que ilustram o impacto dos bombardeamentos das últimas horas na Faixa de Gaza:

A agência de notícias Associated Press noticia, por sua vez, que na sequência dos últimos ataques, várias pessoas e famílias palestinianas estão agora a fugir e a abandonar as suas casas, procurando refúgio em abrigos temporários.

Alguns dos abrigos temporárias são as escolas mais próximas, para as quais as pessoas e famílias estão a rumar em carrinhas de caixa aberta, carros e montando burros. Consigo levam almofadas, cobertores, pães e outros materiais de subsistência. Uma mulher que viajou com o seu filho, Othman, disse à Associated Press: “Não nos resta nada”.

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Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

Pelo menos 122 mortos e mais de 800 feridos. Macron pede cessar-fogo

O ministério da Saúde de Gaza, enclave palestiniano onde o grupo armado Hamas está no poder, reportou que morreram já pelo menos 122 palestinianos na Faixa de Gaza desde que nos últimos dias os confrontos se intensificaram — de esta segunda-feira em diante — e que há mais de 800 feridos. Da totalidade das vítimas mortais, pelo menos 27 serão crianças.

Do lado oposto do conflito, Israel mantém que a maioria das mortes foram ou de membros de “grupos terroristas” ou de pessoas atingidas por foguetes do Hamas que por erro aterraram na faixa de Gaza. Em Israel morreram pelo menos nove pessoas desde o aumento da escalada de tensão, incluindo um adolescente e um rapaz de seis anos, na sequência de ofensivas de milícias palestinianas. Sete morreram com o impacto de projéteis e duas após caírem quando corriam em direção aos abrigos antiaéreos.

Esta sexta-feira, uma atualização feita pelo Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas estimou que nos últimos cinco dias mais de 200 unidades residenciais (casas ou similares) e 24 escolas tenham sido destruídas ou ficado severamente danificadas na Faixa de Gaza, na sequência das ofensivas aéreas israelitas.  A agência, citada pelo jornal britânico The Guardian, alerta ainda para as dificuldades de acesso a bens de primeira necessidade como a água na Faixa de Gaza e a dificuldade em responder no território a infeções pela Covid-19.

O que levou ao aumento da violência entre Israel e Palestina? E o que pode acontecer a seguir? 10 perguntas e respostas

A jornalista palestianiana Henriette Chacar publicou a seguinte mensagem no Twitter, um relato que lhe foi enviado por um colega destacado para a Faixa de Gaza que recolheu o testemunho de um residente durante os ataques noturnos: “Os meus filhos estão completamente em pânico. Parece que mais de 200 bombas estão a cair ao mesmo tempo. As casas estão abanar, os edifícios estão a colapsar sobre as pessoas. O som dos seus gritos é aterrorizador”.

Em reação aos ataques, esta sexta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron publicou uma mensagem na rede social Twitter pedindo um cessar-fogo entre as forças israelitas e a milícia palestiniana Hamas. “A espiral de violência no Médio Oriente tem de parar. Peço fortemente um cessar-fogo e diálogo. Peço que se instaure a calma e a paz”, escreveu Macron.

As horas anteriores e o recuo sobre a existência de tropas terrestres israelitas em Gaza

Perto da meia-noite desta sexta-feira (23h00 de quinta-feira em Lisboa), foi emitido um alerta para que todos os israelitas que viviam num raio de 4 quilómetros de Gaza procurassem refúgio em abrigos anti-bomba, onde deveriam permanecer até novo aviso.

Segundo o The Times of Israel, ainda não se tratava de uma invasão terrestre mas de um bombardeamento massivo, com aviões, helicópteros, tanques e artilharia pesada que estavam a levar a cabo o maior ataque conduzido por Israel desde a escalada de tensão com o Hamas.

“A força aérea israelita e as tropas terrestres estão a realizar um ataque na Faixa de Gaza”, confirmou o exército israelita numa breve mensagem. Este comunicado, em inglês, induziu a imprensa internacional em erro, escreve o mesmo jornal, com muitos media, incluindo os portugueses, a darem como certa a invasão terrestre.

“As Forças de Defesa israelitas parecem ter enganado os meios de comunicação estrangeiros fazendo-os acreditar que os militares haviam lançado uma invasão terrestre na Faixa de Gaza durante o bombardeio em grande escala”, escreve o Times of Israel. “Na sua declaração inicial em inglês, os militares expressaram de forma ambígua onde as suas forças terrestres estavam localizadas durante o ataque, afirmando que ‘as tropas aéreas e terrestres estão a realizar um ataque na Faixa de Gaza'”.

O jornal norte-americano The Washington Post nota entretanto que uma fonte militar começou por garantir que “existem tropas terrestres em Gaza”, o que fez os media estrangeiros darem como provável uma ofensiva terrestre paralelamente aos bombardeamentos levados a cabo. Porém, um outro porta-voz das Forças de Defesa Israelitas emitiu posteriormente uma “clarificação” dizendo que “atualmente não existem tropas terrestres das Forças de Defesa Israelitas dentro da Faixa de Gaza”.

Com ou sem invasão terrestre, a escalada de violência não parece ter fim à vista e o primeiro-ministro israelita garantiu que o ataque sobre Gaza durará o tempo que for necessário. Benjamin Netanyahu recordou, num breve comunicado, aquilo que dissera horas antes:

“Eu disse que cobraríamos um preço muito alto ao Hamas e às restantes organizações terroristas. Estamos a fazer isto e vamos continuar a fazer isto com enorme força. A última palavra não foi dita e esta operação irá continuar durante o tempo que for necessário para restaurar a paz e a segurança no Estado de Israel.”

Segundo a imprensa israelita, as sirenes de aviso de disparo de foguetes soaram no sul de Israel por volta da meia-noite (23h00 em Lisboa) e nas cidades de Ashdod e Berseba, numa altura em que o Hamas lançava a contraofensiva disparando 50 rockets. O Iron Dome, o poderoso escudo anti-míssil israelita, intercetou dezenas de rockets e já há vídeos a circular nas redes sociais onde se pode ver as explosões em pleno ar.

Por precaução, os Estado Unidos retiraram 120 funcionários do Departamento de Defesa de Israel, confirmou o porta-voz para a imprensa do Pentágono, John Kirby.

Nas redes sociais, os vídeos dos ataques, publicados tanto por israelitas como por palestinianos, mostram a dimensão da ofensiva.

Mobilização de 9 mil soldados aprovada

Num evidente sinal de que o conflito pode escalar, o ministro da Defesa deu luz verde à mobilização de mais 9.000 soldados reservistas, enquanto que um reforço de efetivos está já a concentrar-se na fronteira com a Faixa de Gaza, confirmou o porta-voz militar de Israel, Hidai Zilberman, em declarações à estação de televisão pública israelita.

As forças estão a preparar “a opção de uma manobra terrestre”, com veículos blindados e artilharia a serem colocados em alerta para poderem ser “mobilizados a qualquer momento”. No entanto, ressalvou, o contingente não é suficiente para permitir uma imediata invasão terrestre.

Jerusalém. Pelo menos três rockets foram lançados desde o Líbano contra Israel

Reunião no Conselho de Segurança da ONU este domingo

O Conselho de Segurança da ONU realizará no domingo uma reunião pública virtual sobre o conflito israelo-palestiniano, anunciaram esta sexta-feira fontes diplomáticas.

A reunião, inicialmente marcada para sexta-feira com caráter de urgência, foi solicitada por 10 dos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Tunísia, Noruega, China, Irlanda, Estónia, França, Reino Unido, São Vicente e Granadinas, Níger e Vietname).

Os Estados Unidos, que tinham rejeitado a data de sexta-feira para a reunião, mostraram-se favoráveis a que o encontro se realizasse no início da próxima semana, “para dar um pouco mais de tempo à diplomacia para conseguir resultados”, nas palavras do chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.

Agora, os Estados Unidos concordaram em que a reunião de emergência seja antecipada para domingo, numa solução de compromisso entre as duas datas, segundo fontes diplomáticas.

Netanyahu: Israel usará “força crescente” contra Hamas

Horas antes de começar a ofensiva da noite de quinta-feira e madrugada de sexta-feira, o primeiro-ministro israelita tinha deixado o aviso: Israel vai continuar a intensificar a força dos ataques contra as milícias palestinianas em Gaza. Os principais alvos serão os comandantes do Hamas.

“Eliminámos comandantes do Hamas e isto é apenas o início”, frisou Benjamin Netanyahu, já depois de ser levado a cabo, com sucesso, o ataque israelita que tinha como objetivo abater altos comandos militares das Brigadas Ezzedine al-Qassam. “Israel responderá, e está a responder, com uma força crescente para atingir” milícias “com as quais eles nem poderiam sonhar”, disse Netanyahu.

Até agora, as milícias dos grupos islamitas Hamas e Jihad Islâmica lançaram mais de 1.800 foguetes em direção ao território israelita e pelo menos 430 destes acabaram por cair no enclave.

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