O presidente do CDS-PP exigiu esta quarta-feira a Bruxelas que “tome uma posição concertada na defesa das fronteiras” face à “maré de imigração ilegal” na costa espanhola, defendendo que este é “um problema de toda a União Europeia”.

Numa publicação divulgada nas suas redes sociais, Francisco Rodrigues dos Santos considera que “o Governo de Marrocos instrumentalizou vidas humanas numa retaliação diplomática que originou um fluxo de imigração ilegal sem precedentes”.

Apontando estar solidário com Espanha, o líder centrista defende que “Ceuta e Melillla são fronteiras externas da União Europeia” e que “este é um problema de toda a União Europeia (UE)”.

“Exigimos que Bruxelas tome uma posição concertada na defesa das fronteiras para fazer face a esta maré de imigração ilegal, salvaguardando os direitos humanos”, desafia Rodrigues dos Santos, salientando que “Espanha não pode ficar sozinha na proteção da sua integridade territorial”.

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O presidente do CDS-PP assinala ainda que “Portugal está na presidência da UE” e afirmou que “até agora” não se viu “um gesto de cooperação do ministro dos Negócios Estrangeiros”, o que considera “mau de mais para ser verdade”.

Cerca de 8.000 migrantes conseguiram entrar em Ceuta desde segunda-feira, incluindo cerca de 1.500 menores. Espanha já devolveu a Marrocos 5.600 migrantes, segundo o Ministério do Interior espanhol.

Polícia marroquina fecha passagem para Ceuta. 5600 migrantes ilegais já voltaram para Marrocos

Juntamente com os que são obrigados a regressar, acumulam-se ainda na fronteira várias dezenas de jovens que entraram ilegalmente nos últimos dias e que desejam regressar voluntariamente ao seu país, por não terem onde dormir ou comer em Ceuta, segundo fontes militares que os recebem na fronteira.

A agência EFE noticiou esta quarta-feira que a polícia marroquina já encerrou a passagem de fronteira de Tarajal, interrompendo o êxodo migratório dos últimos dias.

Ceuta e Melilla, as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com África, são regularmente palco de tentativas de entrada de migrantes, mas a maré humana de segunda-feira não tem precedentes. A origem desta última crise entre Espanha e Marrocos está relacionada com a permanência em Madrid do secretário-geral da Frente Polisário, Brahim Ghali, por motivos de saúde.

A Frente Polisário, considerada como um grupo terrorista por Rabat, reivindica o direito à autodeterminação no Saara Ocidental, território que foi colónia espanhola e posteriormente ocupado pelo Marrocos.