À entrada para a última jornada da Premier League, em que todos os jogos aconteciam este domingo e à mesma hora, as vagas para as competições europeias eram ainda os únicos pormenores por fechar. O Manchester City já era campeão, o Manchester United já tinha o segundo lugar assegurado, o Fulham, o West Bromwich e o Sheffield United já estavam despromovidos ao Championship. E, assim, era necessário delinear cenários.

Começando pela Liga dos Campeões e com duas vagas por fechar, os protagonistas eram o Chelsea, o Liverpool e o Leicester. O Chelsea dependia de si mesmo e só precisava de vencer o Aston Villa para garantir o terceiro lugar e a Liga dos Campeões: um empate fazia com que os blues tivessem de esperar por um deslize do Liverpool ou do Leicester, enquanto que uma derrota obrigava a equipa de Thomas Tuchel a contar também com uma derrota do Liverpool e, no máximo, com um empate do Leicester.

Do lado do Liverpool, os reds garantiam praticamente o quarto lugar e a Liga dos Campeões com uma vitória contra o Crystal Palace, já que o Leicester teria de golear por cinco ou mais golos de diferença para superar a classificação da equipa de Klopp. Até o empate do Liverpool, em cenário de uma derrota do Chelsea ou um empate do Leicester, chegava para os reds marcarem presença na Champions da próxima época. Por fim, o Leicester. O conjunto de Brendan Rodgers, que conquistou a Taça de Inglaterra na semana passada, tinha de ganhar ao Tottenham e esperar por uma escorregadela de Chelsea ou Liverpool.

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No caso da Liga Europa e da Conference League, as contas eram mais claras. O West Ham garantia a presença na segunda competição europeia com uma vitória ou um empate contra o Southampton, sendo que só uma derrota abria a porta ao Tottenham. O Everton, apesar de ainda ter chances remotas de alcançar a Liga Europa, entrava na Conference League se ganhasse ao Manchester City e visse o Tottenham tropeçar contra o Leicester. Do lado do Arsenal, a matemática era mais complexa e só atirava os gunners para a Conference League em caso de vitória contra o Brighton e empates ou derrotas de Tottenham e Everton.

Do lado do Wolverhampton, já sem quaisquer hipóteses de chegar às competições europeias, o destaque do último dia da Premier League era outro: o facto de ser também o último dia de Nuno Espírito Santo ao comando da equipa mais portuguesa de Inglaterra, depois de o clube ter anunciado na passada sexta-feira que o treinador vai sair por mútuo acordo. À chegada ao Moulineux, para defrontar o Manchester United, o técnico português foi recebido por centenas de adeptos, que lhe pediam para ficar através de vários cânticos, acabando por não conseguir esconder a emoção.

Uma despedida semelhante aconteceu em Manchester, onde Sergio Agüero recebeu uma guarda de honra dos jogadores do Everton e dos próprios colegas de equipa antes da última partida que realizou ao serviço do City na Premier League — ao fim de uma década e antes de rumar, ao que parece, ao Barcelona. O argentino começou no banco mas foi lançado por Pep Guardiola na segunda parte, oferecendo aos 10 mil adeptos que este domingo regressaram ao Etihad o momento ideal para uma ovação àquele que se despede da cidade enquanto melhor marcador da história do clube. E Agüero teve todo o tempo do mundo para fazer o que faz melhor: marcou duas vezes, fechou a goleada do City com um bis e tornou-se o jogador com mais golos por um único clube na liga inglesa, ultrapassando os 183 de Wayne Rooney pelo Manchester United.

Dentro de campo e na classificação propriamente dita, tudo ficou decidido através da derrota do Leicester contra o Tottenham (2-4). Os foxes chegaram a estar qualificados para a Liga dos Campeões, até porque o Chelsea perdeu com o Aston Villa (2-1), mas cederam perante os spurs e terminaram a época na quinta posição, apurando-se apenas para a Liga Europa. O Chelsea, apesar da derrota, sentenciou o quarto lugar e carimbou a presença na Champions da próxima época sem precisar de ganhar ao Manchester City na final do próximo sábado. O Liverpool cumpriu e venceu o Crystal Palace (2-0), o que significa que terminou em terceiro e também vai à Liga dos Campeões, e a vitória do Tottenham contra o Leicester deixou os spurs no playoff da Conference League, atirando o Arsenal para fora das competições europeias apesar da vitória dos gunners contra o Brighton (2-0). Já o West Ham derrotou o Southampton (3-0), alcançou um incrível sexto lugar e vai à Liga Europa. City e United, já sem contas a fazer, derrotaram Everton (5-0) e Wolverhampton (1-2), respetivamente, sendo que a equipa de Pep Guardiola ergueu o troféu da liga inglesa em pleno Etihad no final da partida.

Assim e em resumo, este é o top 10 final da Premier League 2020/21:

  • 1.º, Manchester City, apuramento direto para a fase de grupos da Liga dos Campeões
  • 2.º, Manchester United, apuramento direto para a fase de grupos da Liga dos Campeões
  • 3.º, Liverpool, apuramento direto para a fase de grupos da Liga dos Campeões
  • 4.º, Chelsea, apuramento direto para a fase de grupos da Liga dos Campeões
  • 5.º, Leicester, apuramento direto para a fase de grupos da Liga Europa
  • 6.º, West Ham, apuramento direto para a fase de grupos da Liga Europa
  • 7.º, Tottenham, apuramento para o playoff da Conference League
  • 8.º, Arsenal
  • 9.º, Leeds
  • 10.º, Everton