O secretário de Estado da Juventude e do Desporto disse esta quarta-feira que o Governo está “disponível” para ouvir os clubes da I Liga portuguesa de futebol, que na terça-feira pediram uma linha de diálogo direta com a tutela.

“Eu, enquanto secretário de Estado, costumo dizer que há uma obrigação — que temos e tenho como governante — de pelo menos receber as pessoas. Nem sempre conseguimos resolver todos os problemas que as pessoas nos apresentam, mas essa disponibilidade para ouvir, para tentar perceber de que forma é que podemos ultrapassar os problemas, tem de existir”, disse secretário de Estado da Juventude e do Desporto .

O governante, que falava à margem de uma visita ao pavilhão do Ginásio Clube Olhanense, em Olhão, apontou a abertura para ouvir os agentes do setor como ponto fundamental desde que exerce funções.

Desde a primeira hora como secretário de Estado, e já levo uns anos no exercício das funções, que assim faço com todas as entidades com que me vou reunindo, nos setores do desporto e juventude. Não deixo de manifestar essa abertura sempre e continuarei a fazê-lo. Tenho todo o interesse em ouvir os interlocutores que tenho”, sustentou.

Os clubes da I Liga portuguesa de futebol anunciaram na terça-feira que pretendem iniciar, diretamente e sem qualquer intermediário, um “diálogo construtivo” com o Governo e com as entidades do setor, para debater várias alterações ao desenvolvimento da atividade.

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“Mediante um entendimento alcançado entre todos nesta data, quer nos desafios que se colocam, quer nas soluções que importa implementar, os clubes irão procurar estabelecer um diálogo construtivo com os principais stakeholders do setor e, de forma direta, com o Governo nos aspetos a ele respeitantes”, refere o comunicado assinado pelos 17 emblemas que estão garantidos na I Liga da época 2021/22, entre os quais os promovidos Estoril Praia e Vizela, além do Rio Ave, que vai disputar o play-off de acesso com o Arouca.

Questionado sobre a disponibilidade para ouvir os clubes sem a intermediação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), João Paulo Rebelo manifestou-se “muito expectante“.

O que vi e tenho conhecimento, pelas notícias, é de que terá havido um almoço, em que se terão encontrado, não sei se todos, mas uma grande parte dos dirigentes dos clubes da I Liga. Não tenho mais nenhuma informação que não seja pelas notícias”, referiu.

O secretário de Estado da Juventude e Desporto foi também instado a comentar se seria normal os clubes quererem ultrapassar a FPF e a Liga. “Diria que não tenho de achar, é uma questão que têm de colocar aos próprios. Eu apenas sou um espetador nessa matéria“, frisou.

Revelando que ainda não teve “contacto oficial de ninguém“, o secretário de Estado acrescentou que, “quer com a FPF, quer com a Liga, esse diálogo é permanente”.

“Os clubes do futebol profissional são relevantes, no panorama desportivo. O futebol é uma das modalidades que mais mobiliza os portugueses, que envolve milhares e milhares de praticantes, de dirigentes, de adeptos também, e, evidentemente, que tenho interesse em saber o que têm para me dizer”, afirmou João Paulo Rebelo, sem comentar os temas que preocupam as sociedades desportivas.