O presidente do PSD, Rui Rio, considerou esta sexta-feira que António Costa está a usar a revisão da lei laboral como um “anel de noivado” que quer dar ao PCP para manter a maioria.
A revisão da lei laboral é uma espécie do anel de noivado, que António Costa quer dar ao Partido Comunista, como quem diz, ‘tens aqui este anel, se agora me votares o orçamento’. Isto é absolutamente claro. Não é que interesse ao país, interessa ao Governo para conseguir uma maioria, que lhe tem estado a fugir”, afirmou.
Rui Rio falava na Guarda, durante a apresentação dos 14 candidatos sociais-democratas naquele distrito. Durante a intervenção, o líder do PSD vincou a importância das autárquicas no panorama nacional e considerou que são uma oportunidade para os portugueses mostrarem um “cartão” de descontentamento ao Governo e a António Costa.
Para Rui Rio, o primeiro-ministro está a fazer “tudo o que está ao seu alcance para segurar o poder”, deixando o país para segundo lugar, e adotando uma estratégia de propaganda. “O mais importante é segurar o poder, o país fica em segundo lugar”, acrescentou.
Vincado ainda há que “demasiados erros acumulados”, Rui Rio acusou o Governo de disfarçar com “propaganda” e deu o exemplo do recente anúncio relativo à habitação condigna para os portugueses.
Todos temos consciência que esses erros o Governo tem disfarçado com propaganda. A última — mas eu penso que os portugueses já não comem isto com grande facilidade — mas a última é o primeiro-ministro ter vindo dizer que em 2024 todos os portugueses vão passar a ter uma casa decente”, apontou.
Rui Rio frisou que a meta de 2024 é daqui por três anos e, recorrendo à ironia, considerou “uma coisa fantástica” este anúncio.
No que concerne às autárquicas, reiterou o objetivo de conseguir um maior número de municípios para o PSD e assumiu que as eleições de 2021 “têm importância acrescida”, dado que, durante três eleições seguidas, o partido ter vindo a perder presidente de câmara, vereadores, assembleias municipais e juntas de freguesia.
O PSD tem de virar o que tem vindo a acontecer, nos últimos 12, e em particular, nos últimos oito anos”, disse.
Lembrando que o PSD tem 98 presidentes de câmara contra 161 do PS, apelou ao empenho de todos para que o curso das coisas possa “virar” e comece a “subir fortemente”.
A falar num concelho em que, além do candidato do PSD (Carlos Chaves Monteiro, atual presidente) também já foi anunciada a candidatura independente do presidente demissionário da concelhia, (Sérgio Costa), Rui Rio assumiu que os processos nem sempre são pacíficos, mas reiterou que as escolhas não têm em conta as “ambições pessoais”, mas sim quem tinha as “melhores condições”.
Rui Rio destacou ainda o objetivo de o PSD continuar a liderar a Guarda, que é capital de distrito, e mostrou confiança absoluta em Carlos Chaves Monteiro. “Temos aqui o homem certo, que tem o apoio da distrital, que tem o apoio da nacional e que tem o apoio dos militantes e que vai ter, seguramente, o apoio de todos os habitantes da Guarda”, apontou.
Uma confiança que estendeu a todos os candidatos do distrito. Em nome de todos, Carlos Chaves Monteiro frisou o empenho de todos para contribuírem para tornar o território mais “desenvolvidos e mais competitivos” e destacou que o PSD tem “o melhor grupo de combate” para esse desafio nos 14 concelhos do distrito.
Na lista do PSD no distrito estão os atuais presidentes das Câmaras de Almeida (António Machado), Celorico da Beira (Carlos Ascenção), Gouveia (Luís Tadeu), Guarda (Carlos Chaves Monteiro) e Pinhel (Rui Ventura). Junta-se-lhes ainda Vítor Proença (Sabugal) e João Paulo Sousa (Vila Nova de Foz Côa), que são atualmente vice-presidente dos respetivos Municípios.
A lista dos sociais-democratas conta igualmente com Fernando Andrade (Aguiar da Beira), Carlos Condesso (Figueira de Castelo Rodrigo), Joaquina Domingues (Fornos de Algodres), Nuno Soares (Manteigas), João Mourato (Mêda), Luís Caetano (Seia) e João Carvalho (Trancoso).
Nas autárquicas de 2017, sete municípios do distrito foram conquistados pelo PSD, seis pelo PS e um por um movimento independente.