A Mazda tem vindo a protelar a ofensiva eléctrica, mas com 2025 ao virar da esquina, ano em que os motores a combustão dificilmente serão viáveis por causa do investimento acrescido que exigirá o cumprimento da norma Euro 7, o construtor de Hiroshima decidiu (finalmente) virar a página e abrir um novo capítulo na sua história.

A marca acaba de revelar o seu plano de electrificação até ao final da década, cujo programa não só conta com a introdução de motorizações híbridas plug-in (PHEV, uma estreia), como prevê o lançamento de uma nova geração de veículos eléctricos – agora com direito a uma plataforma concebida de raiz com esse propósito e escalável. Ou seja, preparada de origem para acomodar baterias e motores eléctricos, e capaz de variar em tamanho, permitindo assim propor modelos de diferentes segmentos e diversas carroçarias, à semelhança da estratégia adoptada pela Volkswagen com a MEB e, mais recentemente, pelo grupo sul-coreano Hyundai-Kia com a E-GMP.

A Mazda chama-lhe “Skyactiv EV Scalable Architecture” e será esta a base em que se irá ancorar a futura oferta eléctrica do construtor japonês que, até agora, conta apenas com o crossover MX-30 como seu único modelo a bateria. Segundo o construtor, isso vai mudar muito em breve, pois o plano de electrificação contempla a introdução de três novos veículos eléctricos, entre 2022 e 2025. No mesmo período, a marca anunciou que vai lançar 10 híbridos, metade dos quais recarregáveis na tomada. Ao serviço dos PHEV estará um novo motor a gasolina de quatro cilindros, a ser lançado já no próximo ano. Quanto aos híbridos convencionais, o fabricante japonês vai ter ao seu dispor uma tecnologia de referência no mercado, na medida em que recorrerá ao arsenal da Toyota, ao abrigo da aliança firmada entre as duas companhias nipónicas em 2017. E porque a malha de emissões vai continuar a apertar, o MX-30 ganhará uma nova versão, em que um pequeno motor Wankel vai dilatar o alcance do crossover (200 km em WLTP), actuando como um extensor de autonomia ao recarregar a bateria.

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Se a Mazda pretende pôr o pé no acelerador e lançar, entre 2022 e 2025, um total de 13 modelos electrificados, já na segunda metade da década as atenções estarão concentradas em tirar partido da nova “Skyactiv EV Scalable Architecture”. O objectivo é propor eléctricos mais competitivos, trocando os baixos custos de produção dos modelos adaptados a baterias por uma maior eficiência e, por tabela, uma maior autonomia.

De acordo com o plano “Sustainable Zoom-Zoom 2030”, a plataforma “Skyactiv Multi-Solution Scalable Architecture” vai continuar a servir de base aos Mazda híbridos e PHEV, mas a hibridização das mecânicas recua para privilegiar a plena electrificação com base na “Skyactiv EV”. Daí que o mix de vendas estimado para 2030 reflicta essa reorientação estratégica: enquanto, em 2018, a Mazda previa que os híbridos representariam 95% das vendas, agora antecipa que nessa altura os modelos puramente eléctricos corresponderão a 25% das novas matrículas. Certo é que a marca japonesa promete que, no arranque da próxima década, todos os modelos que fazem parte do seu portefólio usufruirão de “algum grau de electrificação”.

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