O vice-presidente da Comissão Europeia Margaritis Schinas disse esta sexta-feira em Viana do Castelo que “chegou o tempo” de a geração Erasmus ajudar a Europa a defender-se dos inimigos que querem fazer crer que a União Europeia não tem futuro.

“A geração Erasmus tem o dever de defender a Europa neste momento. Agora é o momento para a geração Erasmus fazer pela Europa o que a Europa fez pela geração Erasmus. Este é o tempo de os jovens da geração Erasmus se tornarem os melhores embaixadores da Europa, porque afinal de contas a Europa são vocês”, afirmou perante uma plateia de mais de 150 jovens voluntários de vários países durante a apresentação do novo Erasmus+, no centro cultural da capital do Alto Minho.

“A Europa continua a ser atacada por muitas forças, fora das nossas fronteiras, que não querem ver o sucesso da união”, disse o responsável. Mas, denunciou, a UE “é igualmente atacada por forças de franjas populares” das próprias sociedades europeias, “por muitos eurocéticos e elementos eurofóbicos que querem fazer crer que a União Europeia não é capaz, sobretudo numa altura em que Europa tem dado passos sem precedentes”.

Schinas apontou como exemplo desses passos “o maior programa de vacinação alguma vez realizado na história da humanidade, contra a Covid-19, ou plano de recuperação da crise económica provocada pela pandemia. “Estes inimigos da Europa querem provar que a Europa não consegue, exatamente no momento em que a Europa está a mostrar o contrário” disse.

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Margaritis Schinas classificou o novo programa Erasmus+ como o mais emblemático e enriquecedor da Europa. Em quase 35 anos, disse, o programa Erasmus “proporcionou novas experiências de vida a 10 milhões de jovens europeus”, os quais “geraram um milhão de bebés europeus”, o que, gracejou, “não é mau para começar”.

O vice-presidente da Comissão Europeia realçou que o novo programa Erasmus + “quer duplicar aquele número de beneficiários nos próximos sete anos, atingindo os 20 milhões de jovens europeus”. “A partir de 2027 o nosso único objetivo é que o programa Erasmus não seja uma opção, mas um direito fundamental de todos os europeus. Que todos os que desejem ter uma experiência Erasmus tenha a possibilidade de a viver”, disse.

Margaritis Schinas destacou que, para os próximos sete anos, o novo Erasmus + tem um orçamento de 26 mil milhões de euros, quase o dobro da edição que decorreu entre 2014 e 2020, em que foi financiado com 14,7 mil milhões de euros. “Este novo Eramus+ reforçado será a chave para suportar o nosso modelo de sociedade e a nosso modo de vida”, referiu o responsável europeu.

Já a Comissária Europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, realçou que o novo programa comunitário é “mais inclusivo, mais verde e digital” e anunciou para o outono o lançamento de um Prémio Europeu de Inovação e Educação. “Este prémio dará visibilidade aos melhores projetos Erasmus da Europa, promovendo o sucesso, a inovação e práticas inovadoras de aprendizagem”, referiu.

No lançamento europeu do novo programa Erasmus+, em Viana do Castelo, participaram também o ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

Lançado pela primeira vez em 1987, o programa Erasmus tornou-se Erasmus+ em 2014 de maneira a cobrir novas áreas, como a formação profissional, educação de adultos ou intercâmbio de jovens, animadores de juventude e treinadores desportivos. Além da oferta de oportunidades de estudo ou de estágio no estrangeiro, o programa investe também em projeto de cooperação transfronteiriças, nomeadamente entre universidades, estabelecimentos de ensino ou organizações de juventude e desportivas.