A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) vai abrir uma terceira delegação nos Estados Unidos, mais concretamente em Chicago, anunciou esta terça-feira o presidente, Luís Castro Henriques.

O responsável falava aos jornalistas na apresentação do novo plano estratégico da AICEP, em Lisboa. “Há um mercado onde temos presença inferior ao que deveríamos“, que é os Estados Unidos, onde “iremos abrir uma delegação”, que será “em Chicago”, adiantou o presidente da AICEP.

Atualmente, a AICEP tem duas agências naquele mercado, em Nova Iorque e em São Francisco. A Europa continua a ser um mercado de aposta da AICEP e tem “de ser vista como o nosso mercado interno”, disse. “Temos demonstrado ao longo do tempo que conseguimos sistematicamente quota de mercado nos mercados mais competitivos da União, não há motivo para não continuarmos” a aposta, prosseguiu.

Achamos que é necessário passar a ter presença física em alguns países nórdicos onde não estamos“, apesar da cobertura ser feita através de Estocolmo, a qual irá ser mantida. “Mas iremos passar a ter presença física na Finlândia e na Noruega e iremos reforçar outros mercados onde queremos alargar a nossa presença e, sobretudo, aumentar quota a leste”, acrescentou Luís Castro Henriques.

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“Há aqui um claro foco na União Europeia, não só por ser o nosso mercado interno, mas também porque acreditamos que as medidas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] que estão a ser implementadas na União são relevantes”, pois vão fomentar o crescimento, oportunidades relevantes para as empresas portuguesas e “temos de nos preparar da melhor maneira”, salientou.

No que respeita as exportações, Japão, Coreia, México e Canadá — cujas barreiras tarifárias foram ou estão a ser reduzidas através de acordos de comercio livre com a União Europeia — serão “mercados de grande foco”, apontou. Além disso, a AICEP irá ter uma “presença atenta e foco claro” nos mercados de língua portuguesa, independentemente do ciclo económico, já que as empresas portuguesas apostam no longo prazo nestas geografias.

Questionado sobre as disrupções de abastecimento de matérias-primas, Luís Castro Henriques considerou que estas “se irão manter alguns meses“, esperando que no final do ano “esteja tudo reequilibrado” em termos logísticos, mas em termos de preços ainda vai levar tempo.

No que respeita às exportações portuguesas, salientou que estas são impactadas pelos confinamentos, “sobretudo na Europa e no hemisfério norte“, considerando que 2021 “irá ser um ano de recuperação“. Em termos homólogos, disse, “vai ser um ano positivo” para as exportações, recordando que durante o primeiro trimestre todos foram afetados devido aos confinamentos. Já sobre quando serão ultrapassados os dados de 2019, Luís Castro Henriques disse que “ainda vai levar um bocadinho”.