O massacre no norte do Burkina Faso no início do mês que matou mais de 130 pessoas, o mais mortífero da história recente do país, foi perpetrado principalmente por crianças, anunciou esta quarta-feira o governo de Ouagadougou.

“Os interrogatórios de Ouagadougou conseguiram revelar que a maioria dos atacantes eram crianças com idades entre os 12 e os 14 anos”, afirmou esta quarta-feira o porta-voz do governo e ministro da Comunicação, Ousseni Tamboura, após uma reunião do Conselho de Ministros, noticia a agência Efe.

O ataque à aldeia de Solhan, na região norte de Sahel, provocou a morte de 132 pessoas, segundo o balanço oficial do governo, mas um oficial do Estado-Maior das Forças Armadas do Burkina Faso disse à Efe, sob anonimato, que há pelo menos 160 mortos.

O ataque não foi reivindicado e o Grupo de Apoio ao Islão e Muçulmanos (JNIM), o maior grupo na região e afiliado da Al-Qaida, negou a responsabilidade e condenou o massacre. No entanto, após dois suspeitos terem sido detidos dias depois do ataque, o porta-voz do executivo do Burkina Faso afirmou que o grupo responsável está associado ao JNIM.

Tamboura confirmou também a morte de 11 polícias na segunda-feira, durante uma emboscada realizada por homens armados na região Centro-Norte do país. O ministro abordou também a morte de dois membros das forças de segurança depois de estes terem pisado um dispositivo explosivo.

O Burkina Faso, um país do Sahel, que faz fronteira com o Mali e o Níger, tem vindo a enfrentar, nos últimos seis anos, ataques jihadistas cada vez mais frequentes e mortais. A espiral de violência jihadista no Burkina Faso fez mais de 1.400 mortos desde 2015 e deslocou mais de um milhão de pessoas.

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