A China garantiu esta sexta-feira, que disponibilizará 3.000 milhões de dólares (2.540 milhões de euros) durante os próximos três anos para o combate à Covid-19 e para programas de recuperação económica nos países em desenvolvimento.
A garantia foi dada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, numa videoconferência com os líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia/Pacífico (APEC), em que Pequim assegurou também apoio financeiro à criação de um fundo de recuperação económica pós-pandemia, indicou a agência noticiosa Xinhua.
Segundo a agência de notícias chinesa, na mesma intervenção, Xi Jinping lembrou que a China ofereceu mais de 500 milhões de doses das suas vacinas contra a Covid-19 a “outros países em desenvolvimento”. Apesar de ser a segunda maior economia mundial em termos nominais, a China considera-se um país em vias de desenvolvimento.
O Presidente chinês voltou a exigir a renúncia dos direitos de propriedade intelectual das vacinas contra a Covid-19 e garantiu que a China será “parte ativa” nas iniciativas internacionais para garantir cadeias de abastecimento de antígenos. “As vacinas são uma arma poderosa para derrotar a pandemia e reanimar a economia”, acrescentou, apelando para que sejam “acessíveis e baratas” para os países mais vulneráveis.
O líder comunista expressou “total confiança” na vitória sobre o novo coronavírus e nas perspetivas de recuperação económica.
Por outro lado, Xi Jinping reiterou algumas das suas mensagens habituais, como o apelo a uma globalização económica “mais aberta e inclusiva” e a procura da “integração e não da dissociação”, referindo-se ao processo de afastamento que, segundo alguns analistas, está a ocorrer entre a China e os Estados Unidos, as duas maiores potências económicas do mundo.
Tal como Xi Jinping, e na videoconferência, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, também garantiu que Moscovo está disposta a apoiar os países da Ásia e do Pacífico nas campanhas de vacinação contra a covid-19, de forma a assegurar a recuperação económica.
“Vemos como tarefa prioritária aumentar a escala de vacinação. Estamos dispostos a colaborar estreitamente com os nossos parceiros da APEC em várias tão atuais como a imunização”, assegurou Putin, que lembrou que a Rússia desenvolveu quatro vacinas que, disse, “são seguras e fiáveis”.
“A alta qualidade da primeira vacina do mundo contra a Covid-19, a Sputnik V, foi já confirmada nos quase 70 países que aprovaram oficialmente a sua utilização”, acrescentou o Presidente russo, realçando que Moscovo está a promover “ativamente”, a produção dos fármacos em países terceiros, com base na transferência de tecnologia.
“Assinamos contratos com uma série de países, incluindo alguns da APEC, para produzir mais de 800 milhões de doses”, afirmou Putin, defendendo que se deve continuar a trabalhar “em conjunto” na criação de novas capacidades de produção das vacinas e na eliminação das barreiras administrativas que travam o fabrico.
“Do ritmo de vacinação à escala mundial dependerá muito a rapidez com que poderemos restabelecer a economia global, reduzir os riscos de novas vagas da pandemia e minimizar as tendências negativas na esfera social”, acrescentou, realçando que, na região da Ásia/Pacífico, o novo coronavírus infetou mais de 53 milhões de pessoas e matou mais de 1,4 milhões, enquanto o PIB caiu 1,9% em 2020.
A videoconferência dos dirigentes da região da Ásia/Pacífico, em que também participa o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, destina-se a analisar a cooperação contra a pandemia de covid-19 e as respetivas repercussões económicas, iniciativa convocada com caráter de urgência pela primeira-ministra neo-zelandesa, Jacinda Ardern.
A Nova Zelândia vai receber, em novembro próximo, a cimeira anual da APEC. Ardern disse que o contexto extraordinário criado pela pandemia exige que certas questões sejam tratadas sem demora.
“Esta é uma oportunidade única para os líderes da APEC discutirem como estamos a ajudar a nossa região a enfrentar a crise de saúde e a acelerar a recuperação económica. Responder coletivamente é vital para acelerar a recuperação económica da região”, disse Ardern antes do início da reunião.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 4.070.508 mortos em todo o mundo, entre mais de 188,8 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.