Foi sem máscara — ou não fosse essa uma das medidas que contestavam — que centenas de pessoas protestaram este domingo nas ruas de Lisboa e Porto. Na capital do país, o encontro deu-se em frente à Assembleia da República. Na Invicta, a concentração começou na praça de Leões, junto à Reitoria universitária. descendo até à praça Almeida Garrett, frente à Câmara Municipal, um percurso de cerca de um quilómetro.
Em causa estão algumas das regras sanitárias para controlo da pandemia de Covid-19 como o uso de máscara na via pública e a apresentação do certificado digital de vacinação par ater acesso a alguns locais. Desde março de 2020, a pandemia já vitimou 17.207 pessoas em Protugal e foram registados um total de 930.685 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
“Acorda Portugal” no Porto
No Porto, eram algumas centenas de pessoas que protestavam contra as medidas impostas pelo Goevrno, por considerarem ser atentórias das suas liberdades. “Saímos à rua para defender a nossa liberdade, e contestar a medida do certificado digital Covid-19 assim como as medidas que constantemente têm vindo a atropelar a nossa Constituição”, proclamou o movimento na convocatória dos protestos.
O “Acorda Portugal” afirma-se com um grupo de cidadãos sem qualquer ligação a partidos políticos e reclama ter juntado, em apenas dois dias, 10 mil pessoas num grupo de redes sociais.
No protesto do Porto, os manifestantes empunhavam cartazes com frases como “liberdade, sim; segregação e opressão, não” ou “livres — não voltar atrás”. Falando perante os manifestantes, Cátia Moura, do movimento “Acorda Portugal”, afirmou que “o que o que está em causa é a liberdade”, não concordando “com medidas completamente opressivas e absurdas”.
“Não vão abafar a nossa Constituição”, acrescentou. E a plateia respondeu em coro: “Nunca!”
Lisboa contou com mais de 500 manifestantes
Em frente à Assembleia da República manifestaram-se mais de meio milhar de pessoas.
“Não somos gado” e “no meu corpo ninguém me toca” foram alguns dos gritos de ordem dos manifestantes que participaram nesta ação de protesto, que teve início no Terreiro do Paço e que foi organizada, tal como no Porto, pelo movimento “Acorda Portugal”.
Munidos de cartazes e de bandeiras de Portugal, a maioria deles sem máscara e sem cumprir o distanciamento de segurança, manifestaram o seu desagrado pelas “medidas ditatoriais” das autoridades sanitárias.
“Esta história do certificado digital apenas tem como propósito estabelecer uma ditadura e nós opomo-nos a isso. Nós prezamos os direitos humanos. Nós somos humanos. Nós não somos gado”, afirmouo organizador e porta-voz do movimento, Daniel Leal, citado pela agência Lusa.
A ação de protesto juntou cerca de 600 pessoas, números avançados pela organização.