O centro de vacinação Paz Flor, o maior da capital de Luanda, começou esta ter a administrar as vacinas oferecidas por Portugal e trazidas pela comitiva do Presidente português, Ti Celito como é conhecido pelos angolanos.

Sim, sei que trouxe, vieram de lá“, diz Rui, ‘t-shirt’ preta, enquanto dava o braço para receber a segunda dose de Astrazeneca no centro de vacinação que as autoridades angolanas quiseram mostrar aos jornalistas como um exemplo da estratégia do país.

Com 30 milhões de pessoas, Angola tem 15,6 milhões elegíveis para serem vacinados. No total já foram administradas 1,7 milhões de doses e o país já tem 642 mil pessoas com vacinação completa. A maioria das vacinas administradas em Angola é da Astrazeneca, a que se soma a Pfizer, Sinovac e a Sputnik B, estas duas últimas não reconhecidas pela Autoridade Europeia do Medicamento (EMA, em inglês)

A ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta acompanhou os jornalistas e o embaixador português na visita e esclareceu que o mecanismo Covax irá permitir vacinar seis milhões de pessoas. O resto terá de ser garantido por Angola, via compra ou doações bilaterais.

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Marcelo Rebelo de Sousa trouxe 50 mil doses, mas a procura de vacinas no mercado internacional é a grande prioridade do país. O objetivo é a aquisição para continuar com o “programa de vacinação“, disse a ministra, salientando que o país tem doses para garantir a conclusão da população que já recebeu a primeira dose de vacinas.

No total, trata-se de um “plano bastante ambicioso que prevê custos acima dos 342 milhões de dólares (300 milhões de euros)“, explicou, admitindo que a falta de vacinas no mercado internacional está a dificultar o processo.

Em Angola, não há qualquer constrangimento no acesso de idade à vacinação, disse a ministra. Cada pessoa deve inscrever-se, solicitar a vacinação e depois é notificado por SMS ou por mail. Mas, sentado na cadeira de plástico enquanto aguarda pelo recobro após a vacina, Rui só acredita que o processo de vacinação terá sucesso quando as autoridades começarem a entrar nos bairros mais pobres.

“É preciso mais informação, é preciso ir aos bairros”, afirmou o morador da capital, salientando que quem vive na cidade “quer ser vacinada”. Agora quem vive nos bairros pobres, nos musseques, e nas zonas rurais há mais resistência, admitiu.