A marca de gelados Ben & Jerry’s, anunciou esta segunda-feira que vai deixar de vender os seus produtos em territórios palestinianos ocupados por Israel, algo considerado “inconsistente” com os valores da marca.

A empresa, pertencente à Unilever, possui negócios em Israel desde 1987 e, segundo a Associated Press, informou que não irá renovar o contrato, que expira em 2022.

A empresa, baseada no Vermont, tem vindo a adotar uma postura política em vários dos seus negócios, incluindo desviar fundos da marca originariamente destinados a departamentos policiais para os investir “em soluções levadas a cabo pela comunidade, que criam saúde, manutenção da paz e segurança”, afirmou a marca em junho de 2020.

A Unilever apelou ainda aos Estados Unidos para acabar com a “supremacia branca” e lançou um podcast sobre racismo na América, em 2020. Em dezembro de 2020, a Ben & Jerry’s lançou um gelado sem laticínios chamado “Change the Whirled”, inspirado no antigo jogador de futebol americano Colin Kaepernick, que esteve na origem de um movimento antiracismo.

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Porém, alguns fãs têm criticado a empresa por causa da sua atividade em Israel, argumentando que não se alinha com o posicionamento da marca.

A decisão anunciada agora pela Ben & Jerry’s foi criticada por múltiplos políticos israelitas, nomeadamente o primeiro-ministro Naftali Bennett, que afirma: “Gelados há muitos, país só temos um. A Ben & Jerry’s decidiu denominar-se como anti-Israel. Esta é uma decisão moralmente errada e acredito que acabará por ser um erro comercial”.

Também Ayelet Shaked, ministra do Interior de Israel, se pronunciou sobre o assunto: “A vossa marca de gelados não está de acordo com os nossos gostos. Ficaremos bem sem vocês”.

O direito internacional considera Jerusalém Oriental, a Cisjordânia, os Montes Golã e Gaza como territórios ocupados, segundo as Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no entanto Israel contesta esta designação.