O Ministério Público (MP) abriu um inquérito para investigar uma publicação nas redes sociais da modelo Sara Sampaio contra André Ventura e também um tweet do deputado do PS Eduardo Barroco de Melo que acusa Tiago Mayan Gonçalves de negócios familiares, informa esta sexta-feira o jornal Inevitável. Em causa está o facto de as publicações terem sido partilhadas no dia anterior às eleições presidenciais (dia de reflexão em que não é permitido fazer campanha).

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) determinou que a modelo e o socialista fizeram “propaganda depois de encerrada a campanha eleitoral”, tendo havido indícios de “prática ilícita” em relação à Lei Eleitoral do Presidente da República.

No caso de Sara Sampaio, tratou-se de uma fotografia publicada em várias redes sociais (entre as quais o Twitter) do boletim de voto que tapava propositadamente, com uma caneta, o nome de André Ventura. A CNE admite que a interpretação possa ser “controversa”, mas conclui que existe uma “clara intenção em influenciar sentido de voto”. 

https://twitter.com/SaraSampaio/status/1353352687715315712

André Ventura disse ao inevitável que espera que “Sara Sampaio aprenda a viver em democracia” e que a atitude da modelo teve uma “enorme falta de cultura democrática”, tendo surgido “no seguimento de coisas muito baixas” que escreveu nas redes sociais sobre o deputado e o Chega. “Estas vedetas, às vezes, começam a viver numa bolha”, acusa.

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“Os fascistas saíram todos da toca”. Sara Sampaio ataca André Ventura no Twitter

Já em relação a Eduardo Barroco de Melo, o motivo do inquérito consistiu num tweet publicado no sábado antes das eleições em que o deputado alegava que Tiago Mayan Gonçalves trabalhava na empresa da mãe. Ao jornal, o socialista disse não ter sido ainda “notificado” pelo MP, mas salientou não “vislumbrar qualquer ilícito criminal”. 

No entanto, segundo a CNE, a publicação do deputado “visava atingir diretamente um candidato” presidencial, neste caso Tiago Mayan Rodrigues. A Comissão argumenta que o “dever de respeito pelo período de reflexão implica a abstenção da prática de atos de propaganda por qualquer meio” e que isso “inclui qualquer ato, mesmo que não destinado à eleição a realizar”.

Sara Sampaio e Eduardo Barroco de Melo arriscam uma pena de prisão até seis meses e o pagamento de uma multa entre o 2,49€ e os 24,94€.