Até dia 22 de julho foram registadas em Portugal 11.314 reações adversas à vacina contra a Covid-19, num universo de mais de 11 milhões de doses administradas, o que corresponde a uma reação adversa por cada mil vacinas administradas.
Segundo o Relatório de Farmacovigilância – Monitorização da Segurança das Vacinas contra a Covid-19 em Portugal, publicado pelo Infarmed, este rácio tem-se mantido estável desde o dia 30 maio. Recorde-se que o último documento publicado, com dados até 27 de junho, dava conta de 8.470 reações adversas num total de 8.470.118 vacinas.
“Com o decorrer do programa de vacinação e o estímulo para a notificação de suspeitas de reações adversas a medicamentos (RAM) associadas a vacinas contra a Covid-19 este valor tem aumentado. No entanto, ao consideramos o número de casos de RAM face ao número total de vacinas administradas, verifica-se que as reações adversas às vacinas são pouco frequentes — cerca de 1 caso em mil inoculações — e esta relação tem-se mantido estável”, pode ler-se no documento.
O relatório analisou o número de reações adversas para as vacinas dos diferentes laboratórios — Comirnaty (Pfizer / Biontech) , Spikevax (Moderna), Vaxzevria (AstraZeneca) ou Janssen (Janssen-Cilag) — e não existem discrepâncias, uma vez que em todas elas o número de reações adversas é de uma por mil doses inoculadas.
Relativamente à gravidade das reações registadas, apenas 4.015, ou seja 36% do total, foram consideradas graves, das quais 116 reações colocaram a pessoa em risco de vida e 303 levaram hospitalizações. “Dos casos de RAM classificados como graves, cerca de 90% dizem respeito a situações de incapacidade temporária (incluindo o absentismo laboral) e outras consideradas clinicamente significativas pelo notificador, quer seja profissional de saúde ou utente.”
O Infarmed revela que se registaram 68 mortes por reações adversas graves à vacina. “Os casos de morte ocorreram num grupo de indivíduos com uma mediana de idades de 78 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal entre cada óbito e a vacina administrada, decorrendo também dentro dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa.”
Na lista das 15 reações mais notificadas destacam-se 3.044 casos de mialgia (dor muscular), 2.927 casos de cefaleia (dor de cabeça), 2.830 casos de pirexia (febre), 2.567 casos de dor no local da aplicação, 1.288 casos de fadiga, 1.232 casos de calafrios ou 1.148 casos de náuseas. “As RAM notificadas com maior frequência enquadram-se no perfil reatogénico comum de qualquer vacina”, sublinha o relatório.
“Relativamente aos casos ocorridos na faixa etária dos menores de 2 anos, estes dizem respeito a casos não graves (febre, regurgitação ou irritabilidade) associados a uma possível exposição à vacina por via materna. Já na faixa etária dos 16-19 anos, os 11 casos notificados como graves referem-se a situações já descritas na informação das vacinas, e são reações de tipo alérgico, que dependem do perfil individual do vacinado. São casos que motivaram observação e/ou tratamento clínico, mas todos tiveram evolução positiva e sem sequelas.”
No que se refere à distribuição por género, o documento adianta que existe uma maior preponderância de notificação de reações adversas por parte do género feminino, “o que é a tendência normal de notificação para qualquer outro medicamento”.