Enviado especial do Observador, em Tóquio

Quando se preparava para vir para Tóquio, onde fez ainda um estágio com a restante Seleção já no Japão, Ana Catarina Monteiro era muito direta em relação ao número reduzido de competidoras nos 200 metros mariposa dos Jogos Olímpicos. Sim, eram apenas 17, o que abria uma enorme possibilidade de garantir presença na meia-final. Não, não tinha nada de facilidades porque se existiam apenas 17 era porque a qualificação para esta edição estava mesmo complicada. E a atleta do Clube Fluvial Vilacondense voltou a mostrar que merecia esse marco.

Sabendo de forma antecipada que estava virtualmente apurada para as meias-finais depois da desistência da húngara Katinka Hosszu, a Dama de Ferro que tem sido uma das desilusões em Tóquio (sem que esteja colocada de parte a hipótese de estar a sofrer de algum problema físico), Ana Catarina Monteiro conseguiu o 14.º melhor registo de apuramento para a próxima fase, que se vai realizar na manhã desta quarta-feira em Tóquio.

À semelhança do que aconteceu com muitas outras atletas, a portuguesa não teve necessidade de forçar o seu andamento e acabou por poupar-se também na terceira e última eliminatória, terminando na quinta posição com 2.11,45, muito longe daquele que é o seu recorde pessoal. Ainda assim, a nadadora nascida em Vila do Conde assegurou algo histórico, ao garantir pela primeira vez uma passagem às meias-finais dos Jogos de uma atleta nacional no quadro feminino. Já nos masculinos, Alexandre Yokochi conseguiu mesmo ir a uma final, na edição de 1984 em Los Angeles, nos 200 metros bruços (que viria a terminar depois no sétimo lugar).

A chinesa Yufei Zhang acabou as eliminatórias com o melhor tempo (2.07,50), à frente das americanas Hali Flickinger e Regan Smith, da compatriota Liyan Yu e da húngara Boglarka Kapas, que foi a melhor europeia.

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