A Caixa Geral de Depósitos obteve 294 milhões de euros em lucros na primeira metade do ano, um aumento de 18,3%, informou a instituição liderada por Paulo Macedo em conferência de imprensa esta sexta-feira e em comunicado enviado ao mercado. O banco aumentou a quota de depósitos nos particulares para 30% e, por outro lado, o valor de crédito em moratórias baixou mais de 500 milhões em comparação com janeiro, para 5.473 milhões de euros no final de junho – um tema que está a ver com “maior otimismo do que há um ano”.

“Num semestre caracterizado por alguma retoma e recuperação na atividade económica num contexto ainda adverso para a atividade bancária, o Grupo Caixa Geral de Depósitos gerou um resultado líquido consolidado de 294,2 milhões de euros”, (+18,3% face ao período homólogo de 2020)“, indicou o maior banco português.

Houve, porém, uma descida do importante indicador da margem financeira, que baixou em 44 milhões de euros – um indicador que, em termos simples, reflete a diferença entre aquilo que o banco paga para se financiar (depósitos, BCE, etc…) e aquilo que cobra nos seus créditos. O que suportou os lucros foi o resultado em operações financeiras, basicamente lucros com a venda de dívida pública.

“O resultado líquido inclui ainda um resultado extraordinário de 44,3 milhões de euros (depois de impostos) decorrentes da reavaliação das responsabilidades com benefícios pós-emprego e provisões para o programa de pré-reformas”, adianta o banco.

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A Caixa Geral de Depósitos aumentou, também, o crédito a empresas em 5,4% (para 9.503 milhões), o que exclui setores da construção e imobiliário. Já a nova produção de crédito a particulares para habitação aumentou 65%, mais do que o dobro do setor.

O valor de crédito em moratórias baixou mais de 500 milhões em comparação com janeiro, para 5.473 milhões de euros no final de junho – num total de 57.263 operações de crédito sob moratória. Paulo Macedo indicou que o banco tem estado a contactar os clientes “um a um” sobre qual é a capacidade para regressar aos pagamentos no final de setembro, quando termina o período da moratória. No lado das empresas, houve mais casos de clientes que “precisam de mais tempo” – já do lado dos particulares a preocupação é menor: “temos resolvido e a generalidade dos contactos que fizemos com os particulares os créditos foram reestruturados”.

“Estamos mais otimistas do que estávamos há um ano, em relação às moratórias”, disse Paulo Macedo.

O banco aumentou em 8,3% os resultados com comissões, de 192 milhões para 208 milhões, com um aumento de 28,8% das comissões cobradas em operações de crédito, mais 17,2% em comissões na área de seguros e 30,5% em fundos. A maior fatia das comissões cobradas, descritas como “outros”, subiu de 131 para 133 milhões de euros, segundo o banco.

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