O coordenador da task force de vacinação contra a Covid-19 afirmou esta sexta-feira que o cumprimento do calendário para vacinar os jovens antes do início do ano letivo só é possível com a redução do intervalo entre doses.

“Para concretizar o plano que está desenhado para que os jovens começarem o ano letivo já com a segunda dose, preciso de encurtar o prazo entre doses“, disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo aos jornalistas, reiterando que a medida pedida à Direção-Geral da Saúde (DGS) – e declarada pelo próprio na reunião de peritos na terça-feira no Infarmed – “faz todo o sentido” nesta fase do processo.

Em declarações à margem de uma ação de promoção da vacinação com jovens, no Parque das Nações, em Lisboa, o líder da equipa de logística da vacinação recordou que já foi reduzido anteriormente o prazo entre tomas das duas doses da vacina da AstraZeneca e defendeu uma decisão similar para a vacina da Pfizer, sobretudo perante a chegada de um milhão de vacinas dessa farmacêutica.

“O que os nossos indicadores mostram é que a segunda dose é muito efetiva na prevenção da doença e no combate à incidência da pandemia. Foi por isso que pedimos à DGS o encurtamento nas vacinas em que pudermos encurtar”, vincou, garantindo não ter ainda uma resposta, mas declarando-se “muito confiante de que a resposta será lógica e objetiva”.

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As declarações do coordenador da task force tiveram lugar pouco mais de uma hora antes de uma anunciada conferência de imprensa pela DGS, na qual deverá ser clarificada a posição da autoridade de saúde sobre a vacinação dos jovens entre os 12 e os 15 anos.

Segundo os pareceres preliminares, há a recomendação para a toma da vacina sem restrições entre os 16 e 17 anos e apenas para os menores entre 12 e 15 anos com comorbilidades. Contudo, o plano desenhado pela task force prevê a vacinação sem limitações neste grupo etário, com o processo a arrancar no fim de semana de 14 e 15 de agosto para os jovens de 16 e 17 anos e os dois fins de semana seguintes reservados para a faixa etária abaixo.

“O plano mantém-se, se for essa a decisão da DGS que todos nós aguardamos. Estamos preparados para o fazer e haverá vacinas para o fazer, com este reforço de um milhão [de vacinas] da Pfizer que vamos receber, além das que já estão agendadas para chegar ao país”, esclareceu Gouveia e Melo, que recusou antecipar-se à decisão da DGS.