A Bielorrússia terá construído um possível campo de detenção para prisioneiros dissidentes políticos, a uma hora da capital Minsk, junto ao armazenamento de mísseis da era soviética, que se estende por 80 hectares.
De acordo com imagens disponibilizadas pela CNN, é possível observar três camadas de cercas eletrificadas, novas câmaras de segurança, um guarda militar e uma placa que proíbe a entrada, no que está que está a ser interpretado pelo oposição ao regime como um campo de detenção.
Diversos ativistas já expressaram a sua preocupação em relação ao regime autoritário que se faz sentir no país e que agora poderá estar a recorrer a campos de detenção, caso as prisões fiquem cheias.
Não é surpreendente que Alexander Lukashenko esteja a construir algo como o campo de prisioneiros porque irá surgir de qualquer forma uma nova onda de protestos. O Presidente entende isso e quer estar mais preparado do que estava no ano passado.” afirma Franak Viacorka, conselheiro da líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaia.
Já em outubro, o grupo ativista ByPol tornou pública uma gravação onde o vice-ministro do Interior Mikalay Karpyankou afirmava ser necessário a construção de campos de prisioneiros para que manifestantes “mais teimosos”. Na época o governo bielorrusso condenou as gravações, afirmando que eram falsas.
Estas imagens surgem após meses de repressão que têm chamado a atenção internacional para a crise no país e que se voltou a agudizar em maio. Nesse mês, Alexander Lukashenko foi acusado de desviar um avião que seguia para a Lituânia para Minsk, com o objetivo de deter um jornalista-ativista, acusado de organizar protestos contra o regime.
Já no passado domingo, surgiu novo incidente que focou de novo os olhares na Bielorrúsia. A atleta Kristina Timanovskaya afirmou ter sido forçada a sair dos Jogos Olímpicos e ameaçada de repatriação forçada, após ter criticado a sua federação nos meios de comunicação social. Acabou por ter sido ajudada pela Polónia que lhe ofereceu um visto humanitário.
Atleta bielorrussa que foi mandada para casa recebeu asilo da Polónia
Na terça-feira voltaram a soar os alarmes quando o corpo do ativista Vitaly Shishov foi encontrado enforcado num parque em Kiev. O ativista liderava uma organização não governamental que ajudava opositores do regime a fugir à opressão bielorrussa.
A polícia continua a investigar para saber se se tratou de um suicídio ou homicídio.
Ativista bielorrusso encontrado enforcado num parque de Kiev