O multimilionário fundador da Microsoft, Bill Gates, reconheceu que cometeu um “grande erro” ao encontrar-se com o controverso investidor norte-americano Jeffrey Epstein, condenado por abusar sexualmente de menores.

Em declarações à CNN, Bill Gates assumiu que teve “vários jantares com ele, na esperança de que o que ele disse relativamente a obter milhares de milhões de dólares em filantropia para a saúde global, através de contactos que ele tinha, pudesse emergir”.

“Quando me pareceu que isso não era real, essa relação acabou. Foi um grande erro passar tempo com ele, dar-lhe a credibilidade, estar lá. Houve várias outras pessoas na mesma situação. Mas eu cometi um erro“, afirmou Bill Gates.

O fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do mundo anunciou em maio deste ano que se iria divorciar da mulher, Melinda Gates, com quem criou a fundação Bill and Melinda Gates, ao fim de 27 anos de casamento.

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Alguns dias depois do anúncio do mediático divórcio, a imprensa norte-americana noticiou que o contacto entre Bill Gates e o infame Jeffrey Epstein (que se suicidou em 2019 depois de ter sido detido por novas suspeitas de abusos sexuais e tráfico humano) teria estado na origem do divórcio.

Segundo revelou em maio o The Wall Street Journal, Melinda Gates procurou o apoio legal de advogados especializados em divórcios quando as ligações entre Bill Gates e Jeffrey Epstein foram tornadas públicas.

O investidor milionário Jeffrey Epstein é hoje uma das figuras mais odiadas dos Estados Unidos — e do planeta —, depois de ter sido preso em 2019 por suspeitas de tráfico sexual de menores em vários estados dos EUA. Epstein já tinha estado preso durante 13 meses em 2008, depois de ter sido condenado por ter recorrido à prostituição de menores, mas a maioria dos seus crimes perversos só viriam a ser conhecidos uma década depois, com as novas denúncias.

Epstein suicidou-se na sua cela prisional, em Nova Iorque, enquanto decorria ainda o processo contra si — pelo que o tribunal acabou por deixar cair as acusações.

Quando os crimes de Epstein se tornaram públicos, várias figuras públicas globais — incluindo Bill Gates e o príncipe André do Reino Unido — viram as suas reputações afetadas devido às ligações que haviam mantido no passado com o empresário norte-americano.

Em 2020, a Netflix lançou a série documental “Jeffrey Epstein — Podre de Rico“, em que são contados ao detalhe, e com base nos testemunhos de várias vítimas, os crimes sexuais do milionário norte-americano.