Conseguiu o ouro em Tóquio e trouxe-o ao peito para Portugal quando aterrou esta segunda-feira no aeroporto de Lisboa, consagrado como o quinto campeão olímpico português. Nas primeiras declarações, o triplista português agradeceu aos portugueses pela receção e diz que “a única maneira de agradecer ao povo e ao país é trazer uma medalha”.
O atleta e parte da comitiva portuguesa aterraram em Lisboa às 22h15 e, depois de um longo compasso de espera, Pedro Pablo Pichardo apareceu na porta de desembarque. Abraçou a mãe logo à chegada e cumprimentou quem o esperava no aeroporto, entre gritos de apoio — “Pedro, Pedro, Pedro” — e embrulhado em palmas.
O atleta não escondeu a emoção “muito grande” que sentia nesta chegada a Portugal e pelo feito que alcançou em Tóquio. “A receção dos portugueses tem sido magnífica, estou muito feliz”, começou por dizer, contando que sentiu uma “uma emoção e uma responsabilidade grande” por ter sido o porta estandarte da bandeira nacional na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos.”Não estava à espera que o comité me escolhesse para levar a bandeira.”
Nas breves declarações que fez aos jornalistas esta noite, ficou claro que o foco de Pichardo está em “continuar a trabalhar para bater o recorde mundial” e que daqui a três anos, nos Jogos Olímpicos de Paris, espera saltar da mesma maneira.
Pichardo afirma que “não foi nada fácil” ter atingido aquela marca. “Todo o mundo acha que é fácil, mas são muitos anos a trabalhar e a procurar a boa forma para que pareça fácil. Vou trabalhar para que nos próximos Jogos aconteça a mesma coisa.”
Na chegada à zona do aeroporto preparada para a conferências de imprensa, ouviu-se o hino tocado pela orquestra filarmónica da Polícia de Segurança Pública, mas o atleta não o cantou e foi questionado por isso. “Não há diferença nenhuma se canto ou não canto, o único problema que tenho é o sotaque cubano. ‘A Portuguesa’ já faz parte de mim, já é o meu hino. É o meu país também”, deixou claro.
E a medalha, fica onde? “Vai ficar no mesmo sítio onde ficam as outras medalhas”, afirmou. “Não vou ficar por aqui, vou continuar a trabalhar para atingir mais medalhas olímpicas e europeias, não penso mesmo ficar por aqui.”
Pedro Pablo Pichardo começou a final do triplo salto com 17,61 metros e posicionou-se de imediato no topo da classificação. No segundo ensaio, repetiu os mesmos 17,61 e manteve a liderança, até que, na terceira tentativa, chegou aos 17,98, bateu o recorde nacional que já lhe pertencia e fez a melhor marca mundial do ano.
Acabou por não conseguir fazer mais nenhum salto ao mesmo nível — o quarto foi nulo, abdicou do quinto e o sexto voltou a ser anulado — mas não precisou, já que nenhum dos adversários mais diretos chegou sequer a ameaçar o registo de Pichardo.