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A polícia norte-americana já deteve o homem que estacionou uma carrinha junto ao Capitólio e afirmou ser portador de um engenho explosivo e de um detonador para o acionar. O suspeito rendeu-se ao fim de cinco horas de negociações com as autoridades dos Estados Unidos, incluindo a Polícia do Capitólio e o FBI, tendo passado esse tempo no interior de uma carrinha preta que havia estacionado perto da Biblioteca do Congresso. A área já foi considerada segura, mas os investigadores ainda estão no local. Ainda não foi confirmado se o indivíduo transportava mesmo ou não uma bomba.

No início da investigação para a eventual existência de um engenho explosivo no interior do veículo, a polícia evacuou a área à volta do Capitólio, disseram dois agentes à agência noticiosa Associated Press. O próprio edifício onde funciona o Parlamento americano não foi evacuado porque os funcionários estão numa interrupção de verão.

Em conferência de imprensa esta tarde, a polícia confirmou que uma pessoa estacionou uma carrinha preta no passeio junto ao Capitólio às 09h15 de Washington D.C., mais cinco horas em Lisboa. Quando foi abordado por um polícia, o indivíduo terá informado o agente de que tinha uma bomba a bordo do veículo e aparentemente transportava um detonador na mão.

O momento terá sido transmitido em direto no Facebook da pessoa em causa, que ficou sob custódia da polícia do Capitólio. O vídeo está a ser analisado pela polícia e o homem ficou sob custódia policial. Entretanto, a comunicação social norte-americana já está a partilhar várias fotografias do suspeito no interior da carrinha e o que parecem ser notas falsas de dólares na estrada.

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As autoridades já tinham confirmado que estavam em processos de negociações para obter uma “resolução pacífica”. O indivíduo foi identificado pela polícia, que numa primeira fase não queria revelar o nome do alegado atacante porque ainda estava “em comunicações” com ele. Agora confirmou-se que se trata de Floyd Ray Roseberry, residente no estado de Carolina do Norte — uma informação que também está a ser confirmada pelo The New York Times. Ambos os jornais citam duas fontes da polícia.

Floyd Ray Roseberry, 49 anos, comunicava com as autoridades exibindo cartazes manuscritos no vidro dianteiro da carrinha. Mais tarde, a polícia entregou-lhe um telemóvel com a intenção de facilitar o diálogo. Pouco depois, Floyd Ray Roseberry saiu sozinho do veículo e foi levado pela Polícia do Capitólio, que o deteve. O procedimento foi descrito num comunicado de imprensa dessa força policial.

Na altura da conferência de imprensa, o motivo por detrás do suposto ataque às imediações do Capitólio ainda não tinha sido descoberto. No direto transmitido no Facebook, o suspeito proferiu afirmações contra a administração de Joe Biden. A polícia entrevistou a ex-mulher do homem, que alertou as autoridades de que conhecia o indivíduo e que ele era um ávido colecionador de armas. Foi um passo que terá sido essencial para a rendição do suspeito. Entretanto, o Facebook eliminou o vídeo da transmissão em direto, assim como a conta a partir do qual ele foi emitido.

Durante o direto nas redes sociais, Floyd Ray Roseberry, 49 anos, disse: “Temos algumas opções aqui, Joe. Se atirar contra mim, dois blocos e meio vão comigo. E nesse caso estamos a falar sobre uma revolução”. Mais tarde, disse também: “Eu amo esta terra. O sul vai apanhar-te. A revolução começou”. Agarrado a um dispositivo, e dirigindo-se a “outros patriotas”, acrescentou: “Se rebentares com a minha carrinha, isso é contigo, Joe, estou pronto para morrer pela causa”.

Numa fase inicial, a polícia do Capitólio, edifício onde funciona o parlamento dos Estados Unidos, disse que os agentes estavam “a dar resposta a um veículo suspeito perto da Biblioteca do Congresso”. Este edifício fica junto ao Capitólio e ao Supremo Tribunal. Na mesma zona, a Cannon House, onde se localizam gabinetes da Câmara dos Representantes, também foi evacuada pela polícia.

Aqueles dois agentes, que não quiseram ser identificados por não estarem autorizados a falar, disseram que os investigadores estão a tentar determinar se o dispositivo podia ser acionado e se funcionava. Entretanto, a Polícia do Capitólio confirmou no Twitter que está “a responder a um veículo suspeito perto da Biblioteca do Congresso”: “Esta é uma investigação de ameaça de bomba ativa”. Neste momento, a área já foi considerada segura pela polícia.

Oito meses depois de, em véspera de os manifestantes pró-Trump terem invadido o Capitólio, ter sido deixada uma bomba perto da sede nacional do partido Democrata, não muito distante do parlamento, as autoridades apelam a população a evitar a região da Biblioteca do Congresso. A polícia marcou uma conferência de imprensa sobre esta situação para dentro de instantes.