O Governo dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou este sábado que nas últimas 24 horas foram retiradas 3.800 pessoas do Afeganistão, o que coloca o total de saídas em 17 mil, dos quais 2.500 são norte-americanos.
O subdiretor de logística do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, o general Hank Taylor, disse em conferência de imprensa, citada pela agência Efe, que a situação no exterior do aeroporto militar de Cabul continua “extremamente dinâmica”.
As tropas dos EUA, que coordenam as operações de saída do país na sequência do regresso ao poder do regime talibã, tiveram que suspender os voos por algumas horas na sexta-feira porque os centros de acolhimento no Qatar estavam sem espaço para receber as pessoas.
Nas últimas horas, os EUA disseram que vários países tinham aceitado acolher voos militares norte-americanos com passageiros provenientes do Afeganistão para fazer escala nos seus territórios, incluindo a Dinamarca, Alemanha, Qatar, Itália e Reino Unido, entre outros.
Os EUA iniciaram a retirada das suas tropas no Afeganistão em maio, mas foram obrigados a acelerar a saída dos norte-americanos que ficaram no Afeganistão devido ao avanço dos talibãs.
Os talibãs conquistaram a capital do Afeganistão, Cabul, no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO do país.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos EUA contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Depois da tomada do poder, as forças talibãs proclamaram o Emirado Islâmico, em Cabul, tendo afirmado desde o princípio da semana que não procuram exercer atos de vingança contra os antigos inimigos e que estão dispostos à “reconciliação nacional”.
Os talibãs já disseram que há “muitas diferenças” na forma de governar, em relação ao seu período anterior no poder, entre 1996 e 2001, quando impuseram uma interpretação da lei islâmica que impediu as mulheres de trabalhar ou estudar e que puniu criminosos de delito comum com punições severas como amputações ou execuções sumárias.