Investigadores portugueses identificaram três fármacos que podem enfraquecer o coronavírus SARS-CoV-2, noticia o Diário de Notícias. Se os ensaios clínicos mostrarem que funcionam serão um tratamento barato contra a Covid-19.

“De forma muito simples, pode dizer-se que em vez de as pessoas desenvolverem doença grave e terem de ir parar ao hospital, poderão ficar em casa com uma constipação a assoar-se”, descreve Cecília Arraiano, coordenadora da investigação e investigadora no Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa, em Oeiras.

A ideia surgiu logo no primeiro confinamento, ainda em 2020, quando pouco se sabia sobre o vírus e os dias eram passados a tentar recolher tanta informação quanto possível. A equipa pegou no trabalho que já faziam com ribonucleases (proteínas capazes de partir a molécula de ARN dos vírus) e, uma vez identificadas as proteínas no SARS-CoV-2, conseguir fragilizá-las para impedir que o vírus se multiplicasse.

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Neste momento, o trabalho de laboratório está concluído e o pedido de registo de patente foi feito. A próxima etapa terá de ser desenvolvida pela indústria farmacêutica: são ensaios clínicos com humanos que o laboratório de Oeiras não tem condições para levar a cabo.

A vantagem é que dois destes fármacos já foram aprovados pela agência norte-americana do medicamento (FDA, Food and Drug Administration) para outras doenças — e o terceiro está em vias disso — logo a primeira fase dos ensaios clínicos, que avalia a segurança para as pessoas, está completa. Além disso, são de venda livre.

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Cecília Arraiano conta ao jornal como os investigadores trabalharam de forma incansável, por turnos, de noite e de dia, ao fim de semana e sem férias, e sem financiamento adicional para conduzirem esta investigação.