O ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, disse esta quarta-feira que o Irão em dois meses vai obter os materiais necessários e fabricar uma bomba atómica, pelo que Israel exige um acordo nuclear diferente do assumido em 2015.
“Não sabemos se o regime iraniano estará disposto a assinar um acordo e regressar à mesa de negociações, mas a comunidade internacional deve construir um plano B viável para impedir o Irão em seu caminho para uma arma nuclear“, disse Gantz durante uma reunião nesta quarta-feira com 60 diplomatas israelitas em Telavive.
Gantz revelou estas informações quando o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, está em Washington para a sua primeira visita oficial aos Estados Unidos.
Naftali Bennett vai discutir na quinta-feira com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a ameaça nuclear iraniana e propor soluções alternativas para o acordo nuclear.
O Irão e os cinco países do Conselho de Segurança da ONU [Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido] e a Alemanha (5+1), assinaram em 2015 um acordo para o regime iraniano interromper o seu programa nuclear, um acordo que o ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump abandonou em 2018, mas que a Administração de Joe Biden espera retomar ou renegociar.
Israel sempre se opôs a este acordo, considerando que as potências do grupo 5+1 fizeram muitas concessões, levantando quase todas as sanções sem forçar o Irão a paralisar o seu programa de enriquecimento de urânio a 100%.
O ministro israelita mostrou-se favorável às negociações diplomáticas para chegar a um acordo “mais longo, mais forte e mais amplo” que o anterior “, já que” um programa nuclear iraniano poderia provocar uma corrida armamentista na região e em todo o mundo”.
No entanto, o ministro israelita observou que, se necessário, Israel poderia realizar uma ação militar unilateral, uma ameaça que recorrentemente é feita pelo Estado hebreu.
“Israel tem os meios para agir e não hesitará em fazê-lo. Não descarto a possibilidade de Israel agir no futuro para evitar um Irão nuclear”, disse.
Gantz lembrou que a “ameaça iraniana” está presente cm meios terrestres, já que a República Islâmica opera “através dos seus representantes no Iraque, Iémen, Síria, Líbano e Gaza”.
É uma ameaça aérea porque usa ‘drones’ [aparelho aéreo não tripulado] e mísseis teleguiados nos seus ataques, e ainda ataques marítimos para “interromper o comércio internacional”, estando presente também no espaço da Internet.
O ministro disse que o Irão está por trás do ataque de ‘drones’ ao navio “Mercer Street”, operado por uma empresa israelita, no golfo Pérsico, em julho, no qual dois tripulantes foram mortos.
“A nossa avaliação é que o ‘drone’ usado no ataque foi lançado do território iraniano e aprovado pela liderança iraniana”, disse Gantz, destacando que o Irão dobrou o seu investimento militar em cinco anos para 41,7 mil milhões de euros).