O ator Igor Sampaio, de 76 anos, morreu esta sexta-feira, em Lisboa, no Hospital de São José, disse à Agência Lusa fonte da Casa do Artista. Igor Sampaio, nome artístico de João Luís Duarte Ferreira, estava hospitalizado desde 31 de agosto, onde dera entrada de urgência, devido a um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido no dia anterior.
A notícia do internamento de Igor Sampaio foi avançada, na quarta-feira, pelo também ator Joel Branco nas suas páginas nas redes sociais Facebook e Instagram, desejando que o “seu grande amigo” melhorasse “rapidamente”. “Não sei se ainda se fabricam seres Humanos como ele! (perdoem-me os colegas) mas foi a pessoa que mais me animou quando eu estava com as minhas angústias existenciais”, pode ler-se nas publicações de Joel Branco.
https://www.facebook.com/branco.joel.9/posts/4356900424402526
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou as suas condolências à família do ator numa mensagem publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, em que recorda o seu percurso.
A sua carreira como ator, cenógrafo e figurinista levou-o a diversos palcos e companhias, do Teatro Monumental à Casa da Comédia, do Teatro Nacional D. Maria II ao Teatro Aberto e ao Teatro da Comuna, tendo feito clássicos e contemporâneos, Molière e Tennessee Williams, e também teatro de revista, mantendo além disso uma constante presença televisiva em séries e novelas, sempre com a mesma solidez e empenho”, lê-se na nota.
Nascido em Ponta Delgada, em 29 de dezembro de 1944, Igor Sampaio estreou-se profissionalmente em 1967 e, nos últimos anos, trabalhava com A Comuna. Atualmente, integrava o elenco da telenovela “Mulheres”, ainda em exibição na TVI.
“As artimanhas de Scapin” (2020), “Os apontamentos de Trigorin” (2018) e “Play Strindberg” contam-se entre as peças da companhia dirigida por João Mota em que Igor Sampaio subiu ao palco nos últimos anos. Antes de se tornar ator, foi assistente de cenografia no Teatro Monumental, sob a direção do figurinista e cenógrafo Pinto de Campos.
“A cabeça do Baptista”, “Laço de sangue”, “Sacrilégio”, foram algumas das peças que representou na Casa da Comédia, entre 1970 e 1971, tendo, também assinado os figurinos e cenários. “As cem moedas de oiro”, para a qual executou os cenários, e interpretação em “O rapto das cebolinhas”, são outras das peças em que entrou naquele teatro de Lisboa recentemente demolido.
Já depois do 25 de Abril de 1974 e até 1979, Igor Sampaio integrou elencos de teatro de revista em peças como “Até parece mentira”, “O bombo da Festa”, “E tudo S. Bento levou” e “Rei capitão soldado ladrão”. Entre 1979 e 2001 fez parte do elenco do Teatro Nacional D. Maria II, onde entrou em peças como “As Três Irmãs”, “O Judeu”, “As Fúrias”, “Rei Lear”, entre outras.
Do currículo do ator constam ainda trabalhos com o Novo Grupo/Teatro Aberto, nos anos 1980, e, no Teatro da Trindade, já depois de 2000, em espetáculos como “A desobediência”, “O dia das mentiras” ou “Os Maias no Trindade”. Igor Sampaio fez também parte do grupo de bailados “Verde Gaio” e era também pintor.
Igor Sampaio conta ainda com uma longa carreira em telenovelas e séries televisivas, como “Mau tempo no canal”, “A banqueira do povo”, “A mulher do sr. ministro”, “Vidas de Sal”, “Ballet Rose”, “O processo dos Távoras” e “Lusitana Paixão”, “Velhos amigos”, “A Ferreirinha” e “Pai à força”, para a RTP, entre as décadas de 1970 e 2010.
“Equador”, “Morangos com açúcar”, “Super pai”, “Bons vizinhos”, “Tudo por amor” e “Mulheres” são alguns dos trabalhos em que participou, para a TVI, enquanto para a SIC integrou elencos de séries como “Laços de sangue”, “Perfeito coração” ou “A Família Mata”.