Especialistas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) pediram esta terça-feira ao Japão informação completa e detalhada sobre um plano para despejar no oceano água tratada, mas ainda radioativa, da central nuclear de Fukushima.

Uma equipa de três elementos daquela agência da ONU, que dá apoio ao Japão no processo, reuniu-se esta terça-feira com responsáveis do governo nipónico para discutir pormenores técnicos antes de viajar para a local na quarta-feira. Na sexta-feira estão previstos encontros com especialistas japoneses, segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press.

Um terramoto seguido de um ”tsunami” danificou em 2011 três reatores da central nuclear Fukushima Daiichi, causando o vazamento de água contaminada.

Esta foi armazenada em tanques que atingem a sua capacidade no final do próximo ano, considerando as autoridades japonesas que o despejo da água é necessário ao desmantelamento da central e que fazê-lo no oceano é a opção mais realista.

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Lydie Evrard, chefe do Departamento de Segurança e Proteção Nuclear da AIEA, disse que transparência sobre o projeto, que deve levar décadas, é fundamental para garantir a sua segurança.

O governo e a empresa gestora, a Tokyo Electric Power Companhy Holdings, anunciaram em abril um plano para começar a vazar a água na primavera de 2023.

O projeto é contestado por pescadores, residentes locais e países vizinhos do Japão, como a China e a Coreia do Sul.

Evrard indicou que a sua equipa quer monitorizar a libertação da água para garantir que respeita os níveis de radiação e segurança ambiental da AIEA.

O ministro do Comércio e Indústria japonês, Hiroshi Kajiyama, por seu turno, disse esta terça-feira aos jornalistas que o envolvimento da AIEA ajudará a que se confie no esforço do Japão e que o país irá cooperar totalmente.