O comércio externo da China voltou a crescer em agosto, em termos homólogos, apesar de interrupções causadas por surtos de Covid-19 em várias regiões do país asiático, segundo dados oficiais esta terça-feira divulgados.

As exportações aumentaram 25,6%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 294,3 mil milhões de dólares (247 mil milhões de euros), acima do crescimento de 18,9, registado em julho, revelam os dados das alfândegas da China.

As importações aumentaram 33,1%, para 236 mil milhões de dólares (198 mil milhões de euros), acima do crescimento de 28,7% registado no mês anterior.

Isto ocorreu apesar das interrupções persistentes nas cadeias de produção industrial, devido à paralisação económica global do ano passado, e a um novo aumento nas infeções, nos Estados Unidos e em alguns outros mercados, que diminuíram a confiança dos consumidores.

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A China desafiou as previsões de que a procura pelas exportações estabilizaria à medida que as medidas de prevenção contra a Covid-19 fossem aliviadas e as indústrias de entretenimento e outros serviços fossem reabertos, permitindo aos rivais estrangeiros retornar aos mercados globais.

“As exportações e importações foram muito mais fortes do que o previsto no mês passado, mesmo com os dados apontando para alguma escassez de oferta”, disse Sheana Yue, da consultora Capital Economics, num relatório.

Os números do comércio deste ano estão distorcidos em comparação com os dados de 2020. A procura global afundou no primeiro semestre, depois de os governos fecharem fábricas e lojas para combaterem a pandemia.

Os exportadores da China retomaram a atividade depois de o Partido Comunista declarar o vírus sob controle, em março de 2020, enquanto os seus concorrentes estrangeiros foram prejudicados por medidas de controlo durante mais tempo.

As exportações chinesas para os 27 países da União Europeia caíram 9,9%, em relação ao ano anterior, para 46,2 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros). As importações de produtos europeus caíram 22%, para 25,3 mil milhões de dólares (21 mil milhões de euros).

O superavit comercial da China com a Europa aumentou 10,9%, para 20,9 mil milhões de dólares (17,6 mil milhões de euros).

As exportações da China para os Estados Unidos aumentaram 15,5%, em agosto, em relação ao ano anterior, para 51,7 mil milhões de dólares (43,5 mil milhões de euros), acelerando em relação ao crescimento de 13,4% registado em julho, e apesar da longa guerra comercial travada entre Pequim e Washington.

As importações de produtos norte-americanos aumentaram 33,3%, para 14 mil milhões de dólares (11,8 mil milhões de euros), acima dos ganhos de 25,5%, registados no mês anterior.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que assumiu o cargo em janeiro, não se comprometeu a reduzir as taxas impostas sobre bens oriundos da China pelo seu antecessor, Donald Trump.

O superavit comercial global da China diminuiu 1%, em agosto, em relação ao ano anterior, para 58,3 mil milhões de dólares (49 mil milhões de euros). O superavit politicamente sensível com os Estados Unidos aumentou 10%, para 37,7 mil milhões de dólares (31,7 mil milhões de euros).