O novo romance de Valter Hugo Mãe, As doenças do Brasil, será publicado perto do final deste mês de setembro, no dia 23. A apresentação acontecerá dois dias depois, no Porto, de modo a coincidir com o 50.º aniversário do escritor, a 25 de setembro.
Editado pela Porto Editora, As doenças do Brasil passa-se num território e comunidade (dos abaetés) imaginários, algures na Amazónia, há 200 ou 300 anos. O título é uma referência ao Sermão da Visitação de Nossa Senhora, de Padre António Vieira, que fala sobre “a causa original das doenças do Brasil: tomar o alheio, cobiças, interesses, ganhos e conveniências particulares, por onde ajustiça se não guarda, e o Estado se perde”.
O romance conta a história de “duas figuras inesquecíveis”, Honra e Meio da Noite, dois “rapazes peculiares” — um deles fruto da violação de um branco a uma abaeté e o outro um negro –, “que, ao abrigo das aldeias gentis dos abaeté, estabelecem uma cumplicidade para certa ideia de defesa”.
“A ‘fera branca’ quase exterminou os povos originários do Brasil. Ao longo de séculos, os brancos mataram aqueles que não podiam escravizar. A dada altura, em fuga, muitos negros encontraram ao acaso os povos de peles vermelhas e tantas vezes o entendimento e a paz aconteceram”, diz a sinopse.
Uma “delicadíssima história de resistentes”, o novo romance de Hugo Mãe é, nas palavras da editora, uma “exuberante aventura das palavras e da imaginação em busca da hipótese da paz”.
Oitavo romance de Valter Hugo Mãe, As doenças do Brasil surge oito anos depois de A Desumanização e Homens Imprudentemente Poéticos, ambos publicados em 2013. O primeiro foi finalista do Prémio Oceanos. O escritor lançou, no ano passado, um livro com as memórias da sua infância em Paços de Ferreira e nas Caxinas. Contra Mim venceu em junho passado o Grande Prémio de Romance e Novela da APE.