O cabeça de lista do BE à Câmara de Leiria prometeu esta terça-feira acabar com o recurso do município a empresas de trabalho temporário, que “promovem a precariedade ou práticas desleais”.
“Recusamos qualquer relação com empresas que promovam a precariedade laboral. Defendemos, sim, um escrutínio rigoroso por parte do município aos privados com os quais trabalha”, disse esta terça-feira Luís Miguel Silva à agência Lusa.
Segundo o candidato do BE, o município de Leiria recorre “muitas vezes” a empresas de trabalho temporário para “colmatar necessidades básicas”, prática que “não fomenta de todo a estabilidade laboral e a valorização das pessoas”, nem “o desenvolvimento do município”.
“Não podemos continuar a assistir a relações do município com empresas que promovem a precariedade ou práticas desleais”, reforçou Luís Miguel Silva, que criticou a precariedade nos trabalhadores da cultura, na gestão de espaços verdes ou nas escolas, com “subcontratação de auxiliares de limpeza e de serviços de alimentação” para colmatar “necessidades que são constantes por parte da autarquia”.
No Teatro José Lúcio da Silva, avançou, verifica-se “o recurso a quase tantos trabalhadores e empresas de trabalho temporário como os que estão afetos à contratação pública”.
“Isso não se coaduna com uma cidade que quer valorizar a cultura e quer valorizar as pessoas” e, a partir desse exemplo, o BE assume como prioridade “a melhoria da qualidade de vida dos que vivem e trabalham no concelho”, o que “só se consegue pela estabilidade laboral, pela valorização das pessoas e pela promoção de vínculos estáveis de trabalho à qualificação”.
Luís Miguel Silva defendeu que falta a Leiria “qualificar o trabalho, gerar oportunidades de emprego e de especialização que vão ao encontro do interesse público”.
“As autarquias têm um papel importante na valorização do emprego e no gerar de novos empregos diretamente nos seus quadros”, incorporando conhecimento científico para combater questões como os problemas ambientais.
Assim, “falar das alterações climáticas e dos atentados ambientais a que se tem assistido sem haver um serviço da parte do município que tenha um conjunto de técnicos especializados nas mais variadas áreas, na mobilidade, na gestão de espaços verdes, na floresta, na agricultura, não sei vai conseguir, por exemplo, empregar jovens recém-formados na região e muitas vezes fala-se na fixação de jovens”.
Isso, reforçou, “é importante para que se seja capaz de desenvolver serviços capazes, serviços públicos – daí se necessitar da contratação pública”.
São candidatos à Câmara de Leiria nas eleições autárquicas marcadas para dia 26 o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes (PS), Álvaro Madureira (PSD), Fábio Joaquim Seguro (CDS-PP), Filipe Honório (Livre), Luís Miguel Silva (BE), Luís Paulo Fernandes (Chega), Marcos Ramos (Iniciativa Liberal), Pedro Machado (PAN) e Sérgio Silva (CDU).