O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, considerou, esta quarta-feira, que o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que morreu na sexta-feira, vai continuar a ser um exemplo e transmitiu à família a gratidão dos portugueses.
Ferro Rodrigues abriu, esta quarta-feira, a sessão evocativa de Jorge Sampaio, na primeira sessão plenária do novo ano parlamentar, “dias depois de testemunhar com muita tristeza o desaparecimento de Jorge Sampaio”.
“Chegados a esta sessão evocativa, a derradeira homenagem que a Assembleia da República presta ao antigo chefe de Estado, ao antigo deputado, ao político e ao cidadão, é com sentido de dever que transmito à sua família e amigos, em meu nome e em nome da Assembleia da República, a gratidão e todas as portuguesas e de todos portugueses que aqui representamos pelo muito que nos deu Jorge Sampaio”, afirmou.
À esposa, Maria José Ritta, ao filho, André Sampaio, e aos amigos, que se encontram a assistir nas galerias do parlamento, o presidente da Assembleia transmitiu também o “mais sentido pesar” e recordou Jorge Sampaio “já com saudade”.
“Amigo de muitos de nós e uma referência para as portuguesas e para os portugueses pelo exemplo que foi e continuará a ser na defesa da democracia e dos valores da liberdade, da tolerância e respeito pelo outro”, salientou.
O presidente da Assembleia da República destacou também que a sua vida foi de “serviço público e de serviço à causa pública”.
“O muito que foi dito nos últimos dias não é ainda assim suficiente para exprimir dor e a emoção com que vimos partir um amigo, com que vi partir um companheiro na luta pela liberdade e pela democracia, com quem tanto aprendi nas últimas as décadas na política e fora dela”, recordou.
Ferro destacou também o “respeito pelo outro, pela diversidade, pela pluralidade de ideias e convicções, na importância do diálogo, do consenso, da construção de pontes como forma de ultrapassar as muitas dificuldades com que o país ainda se depara”.
“No ensinamento ao mesmo tempo tão simples e tão cheio de significado de que não há portugueses dispensáveis”, acrescentou, recordando uma das suas frases mais emblemáticas.
Depois desta intervenção introdutória, Ferro Rodrigues leu o voto de pesar do parlamento pela morte de Jorge Sampaio, seguindo-se as intervenções das diferentes bancadas e deputados.
Além dos deputados, marcaram também presença o primeiro-ministro, António Costa, e os ministros de Estado e das Finanças, João Leão, de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, e do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
Nas galerias da Assembleia da República assistem também a esta sessão personalidades como Luís Marques Mendes, José Vera Jardim e Vasco Lourenço.
Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu na sexta-feira, aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratórias.
O funeral, com honras de Estado, realizou-se no domingo, antecedido por uma homenagem nacional no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.