O presidente do PSD afirmou esta quarta-feira estar “realmente preocupado” com o interior e acusou o secretário-geral do PS de, em cada comício, “prometer milhões” para o sítio onde está que depois “não vai cumprir”.
“O secretário-geral do PS à noite faz um comício anunciando milhões para o sítio onde está. Não é isso em que o povo acredita, sabe que o PS está a usar o facto de ser Governo para prometer coisas que depois não vai cumprir”, acusou, num breve discurso na sede do PSD em Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda.
“Estou realmente preocupado com a situação do interior, não é só nas palavras, é evidente que Portugal tem de ter uma estratégia diferente”, contrapôs.
Para o líder do PSD, entre o poder central e os municípios é necessário “arranjar forma de conseguir investimento para conseguir emprego” para o interior, caso contrário “estas zonas vão definhar ainda mais”.
De manhã, em Aguiar da Beira, em contactos com o comércio local encurtados pela forte chuvada, Rio já tinha considerado que a sua presença era “mais útil” na campanha no interior.
“Porque acho que é justo, sou mais útil aqui do que se dedicasse o meu tempo a estar sempre em Lisboa, Coimbra ou Porto”, disse, já com o antigo presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, ao seu lado, que na terça-feira não marcou presença nas iniciativas no distrito por ter outros compromissos de agenda autárquica.
Depois da manhã chuvosa em Aguiar da Beira, a caravana social-democrata rumou à tarde para Figueira de Castelo Rodrigo, onde a aposta para roubar a câmara ao PS é o líder da distrital da Guarda, Carlos Condesso.
O sol chegou pela primeira vez à campanha do PSD no período oficial, tal como a música de acordeão, que animou o passeio por várias lojas do concelho.
Numa ótica, Rio manifestou a intenção de fazer a sua primeira compra de campanha, mas com mensagem política.
“Queria uns óculos para ver ao longe para oferecer ao PS. O PS só vê ao perto, ao longe desfocam a imagem”, criticou.
Em seguida, numa ourivesaria, o líder do PSD ouviu um apelo um pouco mais incómodo do proprietário, que se queixou da perda de população e lhe pediu para “falar sobre isso” na Assembleia da República.
“Isto está errado, este Governo nem perdão para as empresas, nem apoio para as empresas, é tudo treta (…) Depois não gostam do André Ventura porque diz umas verdades, o meu amigo, por muito que lhe custe, qualquer dia tem de unir a coisa para ver se a coisa se resolve que isso assim não vamos lá”, disse.
O candidato despediu-se rapidamente e o líder do PSD também não respondeu.
Durante o percurso de cerca de uma hora, Rio deu um autógrafo numa bandeira, cumprimentou várias pessoas, incluindo duas senhoras com a bandeira do PSD aos portões das suas vivendas e alguns idosos que se surpreendiam com a sua presença.
“Não o fazia aqui” ou “o senhor veio de longe” foram alguns dos cumprimentos que recebeu, sempre acompanhado do candidato, que muitos tratavam por “o Carlinhos”.
O brinde final em Figueira de Castelo Rodrigo foi feito com espumante local e “ao sucesso do PSD”, num município liderado, desde 2013, pelo socialista Paulo Langrouva que concorre ao cargo pela última vez devido à limitação de mandatos imposta pela lei.