O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) anunciou esta sexta-feira que vai aumentar o valor a pagar aos médicos generalistas para exercício de funções no serviço de Urgência Geral do Hospital de Santo André, em Leiria.

“O CA [Conselho de Administração] deliberou aumentar o valor a pagar aos médicos generalistas contratados diretamente pelo CHL ou às empresas externas, para exercício de funções” no serviço de Urgência Geral do Hospital de Santo André, com efeitos desde o dia 13 de setembro, lê-se num comunicado.

Segundo o CHL, “os valores até agora praticados estavam em linha com o mercado, agora ficam acima do mercado”.

O Conselho de Administração deliberou ainda reforçar com mais um elemento por turno a escala de medicina interna de apoio ao serviço de Urgência Geral.

Por outro lado, vai “majorar o valor hora a pagar aos especialistas que integrem a escala de medicina interna, cirurgia geral e ortopedia, contratados em regime de prestação de serviços, diretamente pelo CHL ou através de empresas externas”, igualmente para exercício de funções na Urgência Geral do hospital de Leiria, também com efeitos desde segunda-feira.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Estas medidas, que vigoram até 31 de dezembro, visam “resolver as dificuldades sentidas” na Urgência Geral do Hospital de Santo André, que “tem registado uma forte afluência de utentes, com uma média diária de 332 utentes no mês de agosto, que inclui a urgência para doentes respiratórios”.

Para o CHL, “este excesso de procura reflete a falta de resposta dos centros de saúde da região e o aumento do número de casos Covid-19” na sua área de influência, com o Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral a registar, no final de agosto, “a taxa de incidência mais elevada da Administração Regional de Saúde do Centro”.

O CHL adianta que continua a verificar-se “um número elevado de atendimentos com a cor verde e azul (de acordo com a Triagem de Manchester correspondem a doentes pouco urgentes e não urgentes), atingindo os 40% do número total de atendimentos”.

Salientando que “a ausência de alternativas para os utentes tem condicionado o funcionamento” da Urgência Geral do hospital de Leiria, o CHL explica que a esta situação se soma “a efetiva e conhecida situação de escassez de recursos humanos e, em particular, de pessoal médico”.

“No concurso para médicos de várias especialidades, lançado em julho, para 36 vagas, até agora só foi possível ocupar 19 vagas”, lembra o CHL, sustentando que à “dificuldade assumida das empresas externas em contratar médicos generalistas” para esta Urgência Geral acresce “o cansaço manifestado pelos internistas, cirurgiões e ortopedistas que, a par dos generalistas, asseguram” aquele serviço 24 sobre 24 horas, em regime presencial, todo o ano.

O CHL avisa que as medidas esta sexta-feira anunciadas “só serão eficazes se a afluência às Urgências for moderada”, pelo que pede, mais uma vez, que os utentes se dirijam ao serviço “apenas em casos mesmo urgentes”.

“(…) Em caso de doença, o primeiro contacto deverá ser para a Linha SNS 24 – 808 24 24 24, que disponibiliza aconselhamento e encaminhamento em situação de doença e medicação”, reitera o CHL, que pede ainda aos utentes para que recorram aos cuidados de saúde primários.

O Centro Hospitalar de Leiria integra o Hospital de Santo André, o Hospital Distrital de Pombal, e o Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, em Alcobaça.

Segundo o seu ‘site’, o CHL tem como “área de influência a correspondente aos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Porto de Mós, Nazaré, Pombal, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Ourém e parte dos concelhos de Alcobaça e Soure, servindo uma população de cerca de 400.000 habitantes”.