O presidente do PSD reiterou esta segunda-feira que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é insuficiente no apoio às empresas, mas considerou que, “se fosse verdade” o que diz o primeiro-ministro, “não servia para nada”.
“Temos o primeiro-ministro todos os dias a oferecer mais uma estrada, mais um hospital, mais uma ponte. Se fosse verdade o que o primeiro-ministro diz, o PRR seria a pior coisa do mundo, não servia para nada, era para gastar o dinheiro todo de qualquer maneira”, afirmou Rui Rio aos jornalistas, no final de uma reunião com a Associação Empresarial do Baixo Ave, na Trofa.
“Não é tão mau assim, mas é muito insuficiente no apoio às empresas”, insistiu.
O presidente do PSD defendeu que, para “relançar a economia e criar mais e melhor emprego”, é necessário “apoiar o tecido empresarial e a sua reindustrialização”.
“Se damos prioridade em larga medida às obras públicas… Não digo que não são úteis, mas temos de fazer escolhas, e a escolha tem de ser o futuro, não pode ser o presente”, afirmou.
Rio admitiu que construir uma estrada ou uma ponte “dá mais votos”, mas questionou “de que serve comparada com o futuro”.
Das preocupações transmitidas pelos empresários, Rio voltou a destacar a dificuldade em conseguir mão de obra – por vezes “por as pessoas estarem acomodadas aos apoios sociais” -, a carga fiscal sobre o trabalho e “a inoperância da AICEP”.
Questionado pelos jornalistas sobre a entrevista à Rádio Renascença, esta segunda-feira divulgada, na qual afirmou que não se recandidata à liderança do PSD se o resultado nas autárquicas for “igual, pior ou pouquinho melhor” que o de 2017, Rio escusou-se a comentar as suas próprias palavras.
Já sobre as críticas do primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, à Galp, o líder do PSD salientou que estará em Matosinhos ao final da tarde, remetendo qualquer comentário para essa altura.
No domingo, Costa considerou que “era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade” como a Galp demonstrou no encerramento da refinaria de Matosinhos, prometendo uma “lição exemplar” à empresa.
O atual executivo da Trofa é composto por cinco vereadores da coligação PSD/CDS-PP e dois do PS.
Além do atual presidente e recandidato Sérgio Humberto (PSD/CDS-PP), concorrem à Câmara da Trofa, Fernando Sá (CDU), Amadeu Dias (PS), Rui Pedro Costa (Chega) e Rodrigo Reis (PAN).