O Ministério dos Negócios Estrangeiros esclareceu que o secretário de Estado da Internacionalização, criticado esta quinta-feira por declarações sobre a pandemia, lamentou as mortes por Covid-19 e salientou os efeitos “profundamente negativos” da doença na saúde.
Numa nota enviada à agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros pretende esclarecer o teor de afirmações proferidas esta quinta-feira por Eurico Brilhante Dias no salão de vestuário e têxtil Première Visio, em Paris.
Os líderes do PSD, Rui Rio, do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, do PCP, Jerónimo de Sousa, e do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, criticaram já declarações feitas aos jornalistas por Eurico Brilhante Dias nesse certame, segundo as quais o interesse por Portugal nos mercados internacionais continuou em tempos de Covid-19 e a forma como país lidou com a pandemia favoreceu mesmo a imagem dos produtos nacionais.
Questionado pelos jornalistas sobre o desempenho da marca ‘Made in Portugal’, o secretário de Estado afirmou: “Vou dizer uma coisa que talvez não seja politicamente correta. Nós ganhámos com o Covid. E ganhámos porquê? Porque Portugal foi um país que tendo as suas dificuldades, enfrentou a Covid-19 com êxito. Faleceram pessoas e muitas pessoas passaram muito mal, mas Portugal mostrou-se um país muito organizado que enfrentou uma realidade muito disruptiva com sucesso”.
Na nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, refere-se logo à cabeça que “ninguém ganhou com a pandemia” e alega-se que o secretário de estado da internacionalização “respondeu esta quinta-feira a uma pergunta que tinha como tema os impactos da pandemia na marca Portugal”.
Nesse quadro, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Eurico Brilhante Dias “apenas respondeu que a forma como Portugal enfrentou a pandemia de covid-19 teve impactos positivos na sua imagem no exterior”.
“O secretário de Estado da internacionalização também salientou os efeitos profundamente negativos na saúde dos portugueses e lamentou os cidadãos que faleceram e que padeceram da doença. Ninguém ganhou com esta pandemia. Nem Portugal, nem qualquer outro país”, acrescenta-se.