A CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique repudiou esta sexta-feira o rapto de dois cidadãos, na quinta-feira, na cidade de Maputo, considerando que a criminalidade nas principais cidades do país está a atingir níveis alarmantes.

“Estes raptos revelam que a criminalidade em que a sociedade moçambicana está mergulhada está a atingir níveis alarmantes, contribuindo para um maior clima de desespero, incerteza e insegurança, afetando negativamente o ambiente de negócios e o investimento privado em Moçambique”, refere uma nota da CTA.

As vítimas dos raptos, ocorridos todos pela manhã, são Basit Gani, médico e vice-presidente da Associação Moçambicana de Empresários e Empreendedores Muçulmanos, e Nazir Tadkir, empresário na área de restauração, segundo informações da CTA.

A primeira vítima foi raptada por um grupo armado por volta das 07:00 locais (06:00 em Lisboa), no campus da Universidade Eduardo Mondlane e, em menos de uma hora, um outro homem foi levado à força em frente à sua residência na avenida Friedrich Engels, que alberga habitações de vários diplomatas na capital moçambicana, também por um grupo armado, confirmou a Polícia da República de Moçambique.

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Dois homens raptados por grupos armados em Maputo, um deles num campus universitário

A CTA pede para que as autoridades adotem medidas para travar a onda de raptos que tem afetado as principais cidades moçambicanas.

“A CTA condena estes crimes horrendos e reivindica veemente que as entidades competentes acionem imediatamente os mecanismos para combater de forma eficiente, concreta e com resultados visíveis estes crimes”, frisou a maior entidade patronal moçambicana.

Além da CTA, a Associação dos Médicos de Moçambique manifestou o seu repúdio face à situação, exigindo a intervenção urgente do Presidente da República, Filipe Nyusi.

“O rapto do doutor Basit Gani, um jovem médico a prestar serviço no Hospital Privado de Maputo, é um grave sinal de deterioração da situação de segurança em Moçambique e na cidade de Maputo, em particular, que pode ter preocupantes consequências no dia a dia dos profissionais de saúde, um setor já martirizado pela covid-19 e seus efeitos”, declarou, na quinta-feira, à comunicação social o presidente da Associação dos Médicos de Moçambique, Milton Tatia.

O Presidente moçambicano anunciou em dezembro a possibilidade de criação de uma unidade policial anti-raptos para combater a onda de crimes que se regista nas principais cidades moçambicanas, com mais de 10 casos registados durante 2020.