Durante a manhã colapsou parcialmente. Agora, ao fim da tarde deste sábado, o flanco norte do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, desabou, dando origem a novos fluxos de lava que avançam agora em novas direções pela encosta abaixo.

A informação foi avançada pelo Involcán, o Instituto Vulcanológico das Canárias, que acrescentou ainda que os novos fluxos iniciados este sábado estão a dificultar os trabalhos na área e já provocaram a quebra de comunicações em algumas zonas, estando “a gerar uma tremenda destruição no seu caminho”.

Já este domingo, o Instituto Geológico e Mineiro Espanhol (IGME), que divulgou um vídeo gravado no terreno pelos seus cientistas em La Palma muito próximo do novo fluxo, que mostra a força com que desce e o tamanho dos blocos que arrasta, “equivalente a uma casa de três andares”, noticiou a agência espanhola EFE.

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O novo fluxo de lava, com temperaturas até 1.240ºC, destruiu os poucos edifícios ainda intactos a norte de Todoque.  A informação foi divulgada pelo Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan), sem precisar o número de casas destruídas. Mas o sistema de satélites europeu Copérnico indicia que os fluxos cobrem agora mais de 497 hectares e destruíram mais de 1.186 edifícios.

A associação Volcanes de Canarias, um grupo de geólogos e entusiastas da vulcanologia que colabora com as autoridades em programas de formação para o público, advertiu que o vulcão passou por uma fase com explosões “altamente ruidosas, enérgicas e sustentadas” esta manhã, que provocaram “vibrações do solo” num raio de até seis quilómetros do cone eruptivo.

O Instituto Geográfico Nacional (IGN) espanhol anunciou que ocorreram 21 sismos em La Palma nas últimas horas. O mais forte registou uma magnitude de 3,8 e ocorreu a uma profundidade de 34 quilómetros no município de Mazo.

A Unidade de Emergência Militar (UME) está a monitorizar os fluxos de lava que foram reativados após o colapso parcial do cone vulcânico, disse o comandante Ángel Luis Fernández, chefe de operações daquela unidade, citado pela EFE. Os dois fluxos de lava avançam em direção ao oeste, onde se localizam La Laguna e Todoque.

Ángel Luis Fernández disse também que os movimentos sísmicos são constantemente monitorizados e que não há medo de novas erupções, embora exista um plano de contingência em vigor.

De acordo com o último relatório oficial do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca), divulgado esta sexta-feira à tarde, a lava do Cumbre Vieja, em erupção desde 19 de setembro, já cobriu um total de 497 hectares e afetou 1.281 edifícios — 1.186 estão destruídos e 95 sofreram danificados.

Nas últimas 48 horas, o Instituto Nacional Geográfico (IGN) registou 214 sismos na zona afetada pela reativação do vulcão, 19 dos quais foram sentidos pela população de La Palma.

A amplitude média do tremor vulcânico permanece estável e a altura da coluna de gás e cinzas é de 3.500 metros, mostrando uma ligeira descida da nuvem eruptiva, acrescentou o IGN.

As autoridades de La Palma disseram este domingo que os residentes com propriedades fora do perímetro de segurança serão autorizados a entrar para recolher roupas e pertences. O acesso será controlado e acompanhado por pessoal de segurança, após coordenação com a autarquia local.

Esta medida pode estar sujeita a alterações em função das condições meteorológicas e da evolução do processo eruptivo, acrescentaram.