Quase 3.000 pessoas confinadas depois de o rio de lava ter chegado à zona industrial de Los Llanos de Aridane, na ilha de La Palma (Canárias), noticiou o jornal El País. Esta área foi atingida na sequência do colapso do flanco norte do vulcão Cumbre Vieja.

Neste caso, o problema deveu-se a um incêndio na cimenteira existente no polígono industrial e aos fumos aí produzidos. Aos habitantes de El Paso e de Los Llanos de Aridane foi recomendado que ficassem fechados em casa até ser possível analisar a qualidade do ar, conforme anunciado pelo Plano de Emergências Vulcânicas das Canárias (Pevolca).

Durante a manhã temia-se que a mudança na direção do vento pudesse soprar as cinzas do vulcão para oeste, condicionando o tráfego aéreo no aeroporto de La Palma. De facto, foram registados atrasos nos voos, mas o aeroporto continua, por agora, operacional, depois de ter estado encerrado no final da semana passada.

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A lava expelida pelo vulcão Cumbre Vieja, em erupção desde 19 de setembro, já cobre mais de 590 hectares, 150 dos quais eram áreas de cultivo dos habitantes da ilha. O último balanço das autoridades indicam que 1.281 edifícios foram danificados ou mesmo destruídos pelo material emitido pelo vulcão.

As escoadas mais antigas, aquelas que já tinham chegado ao mar, estão mais lentas, mas a escoada mais a norte avança rapidamente em direção ao mar. A menos de 300 metros do oceano, é provável que este novo braço de lava forme um novo delta com a chegada ao mar.

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Nas zonas mais afetadas pela nova escoada —Los Llanos de Aridane, El Paso e Tazacorte —, as aulas vão continuar suspensas. São 20 escolas com mais de 4.600 alunos e 583 professores.

O acesso pelo norte a Tazacorte também foi proibido como medida de precaução perante o avanço da lava. O acesso pelo sul está a ser permitido às pessoas que têm casa naquele município fora do cordão de segurança estabelecido, para recolha bens essenciais (como roupa), e aos agricultores que têm de tratar dos campos agrícolas.

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Inicia-se esta segunda-feira a limpeza de piroclastos emitidos pelo vulcão. A tarefa caberá às Forças Armadas, que foram chamadas a atuar pela ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, no último domingo. O primeiro-ministro Pedro Sánchez também vai presidir a uma reunião que determinará o plano de “reconstrução, recuperação e apoio” em La Palma. Também estarão presentes os ministros do Interior, da Presidência e da Política Territorial.

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Entretanto, o Instituto Geográfico Nacional comunicou a deteção de um sismo com magnitude 4,3 na escala de Richter e com epicentro a 39 quilómetros de profundidade. O terramoto ocorreu às 22h46 no município de Villa de Mazo. Outros 40 foram registados depois disso, todos nesse município ou no de Fuecaliente. Todos tinham magnitude entre 3,1 e 3,3, mas só um deles foi sentido pela população.

Este sismo foi avaliado com a mesma magnitude do terramoto registado na quinta-feira passada, o maior desde o Cumbre Vieja entrou em erupção, mas numa profundidade ainda maior — o de 7 de outubro teve o epicentro em Villa de Mazo, mas a 35 quilómetros de profundidade.

No espaço de um mês, desde 10 de setembro, a Rede Sísmica das Canárias já detetou quase 35 mil sismos na ilha de La Palma, dos quais 2.984 foi possível localizar.

Última atualização às 20h15