A justiça do Egito anunciou a detenção de três colaboradores do Ministério da Saúde acusados de “negligência grave” após a descoberta de milhares de doses da vacina contra o novo coronavírus numa conduta.

Menos de 7% da população do Egito está completamente vacinada.

“Uma comissão de inquérito descobriu um défice de 18.400 doses avaliadas em 5.023.200 libras egípcias (277.400 euros) num inventário dos ‘stocks'” em Minia, a mais de 200 quilómetros a sul do Cairo, disse no domingo à noite o procurador-geral através da rede social Facebook.

Um farmacêutico, um inspetor e um motorista que trabalham para o Ministério da Saúde foram interpelados e colocados sob detenção quatro dias por “negligência grave” e “desvio de fundos públicos”, adianta o procurador, que precisa ter sido informado na quinta-feira da presença de uma “quantidade significativa de doses abandonadas perto de condutas de água”.

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Na semana passada, imagens das vacinas abandonadas encheram as redes sociais, com numerosos utilizadores a pedir que os responsáveis prestem contas pelo desperdício.

Entre as doses encontradas, 13.412 estavam fora do prazo de validade ou não podiam ser utilizadas por não terem sido conservadas à temperatura adequada, segundo a justiça egípcia.

O Egito, o país árabe mais populoso com 102 milhões de habitantes, conta apenas com pouco mais de sete milhões de pessoas completamente vacinadas contra a Covid-19.

Segundo o porta-voz do conselho de ministros, Nader Saad, o país dispõe apenas de 60 milhões de doses da vacina, apesar de os contágios diários terem vindo a crescer nos últimos meses.

Desde o início da pandemia, o Egito já registou 312.000 casos da doença, incluindo 17.700 mortes.

As autoridades esperam vacinar 40% da população até ao final de 2021, de acordo com a agência France-Presse.

A Covid-19 provocou pelo menos 4.847.904 mortes em todo o mundo, entre mais de 237,74 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o balanço mais recente da AFP.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 na China, e atualmente conta com variantes identificadas em vários países.