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Rangel ataca Rio e Costa como adversários principais (mas garante que é o PS que o pica mais)

Este artigo tem mais de 3 anos

O eurodeputado quis marcar as diferenças para Rui Rio, a quem deixou vários recados, e foi duro na oposição a Costa, estratégia que considera ser mais eficaz para chegar a primeiro-ministro.

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Igor Martins / OBSERVADOR

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Paulo Rangel antecipou que ia revelar os seus objetivos no Palácio da Bolsa, no Porto, e houve dois que ficaram claros: vencer Rio e ser líder da oposição para, depois, vencer Costa e ser primeiro-ministro. Num comício que marcou o arranque a sério da campanha interna no PSD, o eurodeputado disse que o que o espicaçava era a “fraca governação de António Costa”, numa das muitas bicadas a Rui Rio. Rangel advertiu que Costa será o responsável caso haja crise política e avisou Rui Rio que, se perder as diretas, não tem legitimidade para ir a votos em eleições legislativas. Está lançada, de vez, a campanha de Rangel.

Os três ataques a Rio

Rangel elegeu Costa como grande opositor, mas não poupou Rui Rio — que tinha dito na apresentação de recandidatura que, quando se sentia picado ia melhor e que se sentida picado. O eurodeputado aproveitaria para sugerir mais uma vez que Rio é mais benevolente com o PS do que com os seus críticos internos: “As posições divergentes dos meus companheiros de partido e dos meus competidores eleitorais, não me picam, nem me levam a fazer voos picados ou voos picantes. A mim, o que me pica, o que me espicaça, o que verdadeiramente me dói é a fraca governação do Governo socialista. Isso pica.”

Igor Martins / OBSERVADOR

Paulo Rangel vai somando vários apoios no aparelho, enquanto Rui Rio vai perdendo força. Entre as cerca de 600 pessoas que estavam no Palácio da Bolsa marcaram presença vários dos apoiantes de Rangel. Autarcas como Antonino Sousa (Penafiel), Benjamim Pereira (Esposende), Emídio Sousa (Santa Maria da Feira), Hernâni Dias (Bragança), José Luís Gaspar (Amarante), Mário Passos (Famalicão), Ricardo Rio (Braga), Rui Ladeira (Vouzela) ou  Sérgio Humberto (Trofa). Na sala estavam ainda os líderes distritais do Porto (Alberto Machado), de Castelo Branco (Luís Santos), Paulo Leitão (Coimbra), Paulo Ribeiro (Setúbal) ou Pedro Alves (Viseu). Havia ainda outras figuras do PSD, como o antigo candidato à liderança, Miguel Pinto Luz.

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Perante estes apoios, Rui Rio tem apelado ao “voto livre” e aos “militantes livres do PSD”, que não se deixam influenciar por caciques. Rangel diz ser “inadmissível” essa distinção: “Há gente que quer dividir os militantes do PSD em duas categorias, raças e etnias: de um lado, os militantes livres, do outro, os militantes escravos”. Para Rangel “só há uma qualidade de militante: só há militantes livres porque na urna, cada militante, cada pessoa, cada homem, cada pessoa, cada jovem é soberano e livre de escolher.”

Mas os ataques a Rio não ficariam por aqui: Paulo Rangel avisa o atual presidente que não pode ser candidato a primeiro-ministro pelo PSD se perder as eleições de 4 de dezembro e houver eleições antecipadas: “Há algo que tem de ficar claro para os portugueses e militantes do PSD, o líder do PSD não tem apenas de apenas preparado para concorrer a eleições legislativas, ele também precisa de estar legitimado para concorrer a essas eleições legislativas”.

Rangel garantiu mesmo aos militantes na sala que o “PSD não irá a eleições antecipadas sem um líder legitimado”. Para o eurodeputado,  “o calendário aprovado é o único que serve os interesses do País e os interesses do PSD. Reforça a legitimidade do seu líder. E, se de outros lados, estão tão convictos de que vão ganhar as eleições internas, só têm vantagens em garantir este calendário e legitimar a liderança e disputar legislativas em muito melhor situação.”

A culpa é de Costa

Toda esta questão da legitimidade só se coloca caso o Orçamento do Estado seja chumbado. E Rangel já acredita mais que exista possa mesmo haver eleições antecipadas — que não deseja. “Se houver crise política, e pode haver, ela só tem um responsável: é António Costa e o seu Governo”. Ainda assim, diz que não deseja essa crise, aproveitando para mais uma bicada a Rui Rio: “Nós não somos daqueles que, dentro ou fora do PSD, aposta tudo numa crise política.”

Relativamente a um eventual embate com Costa, Rangel disse que já está a prepará-lo também. O eurodeputado avertiu que “ninguém tenha ilusões” e que está mais que preparado “para lidar com a crise antes, durante e depois das eleições internas.”

E é aí que surge a equipa que tem de prevenção. Como o Observador noticiou no sábado, Paulo Rangel anunciou que, “se por acaso ocorrer uma crise política para lá da equipa que temos, preparemos uma task force para preparar as bases de um programa eleitoral.”

Numa boa parte do discurso, Rangel fez questão de discursar como se fosse líder da oposição e disse  que não se resigna a que “o Governo Costa, com um prato de lentilhas do Orçamento” queira “mudar a legislação laboral” nas “costas da concertação social”, acusando memsmo o primeiro-ministro de “ter ferido de morte a concertação social”.

Relativamente à crise energética, Rangel apontou novamente baterias ao Governo, registando que Portugal está “quase com o dobro da fiscalidade sobre a energia que foi prometido a título provisório e que se converteu numa receita definitiva para o orçamento despesista de António Costa.” O eurodeputado diz que, com este escalar do custo energético “as famílias e as empresas vão ter um inverno, que não vai ser mais o nosso descontentamento, vai ser o inverno do nosso congelamento.

O mesmo aconteceu na transição digital. Rangel acusou o Governo de ter contribuído para que o país seja o “carro vassoura” da tecnologia 5G na Europa, estando no “fim da linha”, apenas à frente da Lituânia. “Estamos atrasados por profunda incompetência do Governo Costa”, acrescentou o eurodeputado.

Conselheiros próximos de Paulo Rangel querem antecipação do Congresso do partido

Igor Martins / OBSERVADOR

“Tenho pena de não lhe trazer um saco de votos”

A antiga líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes fez a abertura da sessão, confessando que admira Paulo Rangel desde os tempos em que era líder parlamentar do PSD e se apresentava no Parlamento como um deputado “combativo, inteligente, destemido”. Para Balseiro Lopes, “mais do que um bom tribuno”, Rangel protagonizava então uma “oposição clara e corajosa contra o Governo socialista de José Sócrates” e que foi também por isso que em 2010 o apoiou na primeira candidatura à liderança do PSD. Margarida Balseiro Lopes destacou ainda a capacidade de Rangel de “unir em vez de dividir”.

O presidente da câmara municipal de Braga, Ricardo Rio, que também falou no púlpito, lembrou que nas duas últimas eleições não apoiou ninguém, mas que nas atuais circunstâncias decidiu apoiar Paulo Rangel por o considerar ser capaz de “catalisar o nosso partido e o nosso país”. Após Rui Rio ter apelado aos militantes livres, Ricardo Rio assumiu-se como um “livre” militante de base e ironizou: “Paulo Rangel, tenho pena de não lhe trazer um saco de votos“.

Várias figuras da área cultural do Porto também marcaram presença no Palácio da Bolsa, no Porto, e tiveram uma intervenção direta no comício. O gestor cultural Eduardo Paz Barroso e a pintora Mónica Baldaque foram ao palco depois de Margarida Balseiro Lopes.

O ex-ministro e antigo secretário-geral do PSD no tempo de Francisco Sá Carneiro, Amândio de Azevedo, marcou presença no apoio a Paulo Rangel. O eurodeputado deixou uma palavra especial para o histórico do PSD assim que subiu ao púlpito. Com figuras da área da Saúde, do Direito, do setor cultural e do setor empresarial, Rangel juntou uma boa parte da elite portuense. Ficou evidente que estava e sentia em casa. Que é a mesma de Rui Rio: o Porto.

Artigo atualizado pela última vez às 22h32

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