Vitória, vitória, vitória. Uma, duas, oito vezes consecutivas. Jogar em Guimarães é sempre um dos jogos tradicionalmente mais complicados para qualquer equipa no calendário nacional mas o Benfica estava a ter uma série de triunfos seguidos que abriam todas as perspetiva para quebrar uma outra série, neste caso negativa, de sete partidas sem vitórias na Taça da Liga. No final, nem manteve a senda de vitórias no Dom Afonso Henriques, nem conseguiu voltar a ganhar na competição que ganhou em metade das edições (sete em 14). E por “culpa” daquele que foi o principal problema detetado por Jorge Jesus.

Pizzi é sempre uma solução – e quando saiu foi o problema (a crónica do V. Guimarães-Benfica)

“A segunda parte foi diferente da primeira, o V. Guimarães marcou e o Benfica não. Foi um excelente jogo, com seis golos e duas equipas que queriam ganhar. A ganhar 2-0 e 3-1, seja contra quem for, o Benfica não pode deixar-se empatar. O conteúdo do jogo do Benfica defensivamente é muito forte mas o V. Guimarães tem algum mérito. O 3-2 é um grande cruzamento e um bom cabeceamento. Na segunda parte não fomos tão fortes como na primeira mas também é normal, pois os jogadores começaram a ter falta de intensidade, não têm jogado tanto. Podíamos ter feito o 3-0, com o João Mário isolado ainda na primeira parte, mas sofremos o 2-1. São coisas normais do futebol”, disse na flash interview da SportTV.

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Os números também ajudam a explicar esse lamento do técnico dos encarnados, sobretudo olhando para aquilo que foram os últimos encontros: se nos 15 primeiros jogos o Benfica tinha sofrido apenas sete golos, agora consentiu os mesmos sete golos em três partidas diante de Bayern, Vizela e V. Guimarães.

“O Benfica não conseguiu segurar mas faltou-nos intensidade na última meia hora. As modificações que fiz não ajudaram muito. O Diogo e o Rafa não conseguiram entrar no jogo. Começámos a perder a qualidade da primeira parte no ataque posicional e na saída forte no contragolpe. O V. Guimarães fez também por isso, com alterações e modificações táticas. Acabou o jogo com dois na frente. Não posso pedir um timeout,  mandar parar o jogo, o Julian [Weigl] também não percebeu o que queria. Tudo isso desequilibrou a equipa defensivamente”, acrescentou ainda Jorge Jesus, enaltecendo a qualidade do jogo em si.

“Seis golos não é muito normal. Tinha a ideia que o jogo ia ser lançado, com duas equipas que queriam ganhar e fazer golos. Isto é que é jogar, não houve cá jogadores a cair para o chão. Nem o Benfica a ganhar fez isso. Isto é que é jogo, espetáculo, é o que os adeptos gostam. Isso para mim é o mais importante mas se fazes três golos tens de sair daqui com a vitória. O que conta é que ainda temos uma palavra a dizer. O Benfica só está dependente dele. Se tivesse ganho praticamente estava assegurado. Ainda temos uma chance para chegar à Final Four. Deveríamos ter saído daqui com a vitória. O V. Guimarães fez muito para empatar e o Benfica não teve capacidade para segurar o resultado”, disse ainda na SportTV.

Mais tarde, já na conferência de imprensa, Jorge Jesus manteve a mesma linha de destaque da qualidade do jogo e da obrigatoriedade que a equipa tinha em segurar as duas vantagens de dois golos mas criticou também a atuação do árbitro Hugo Miguel, desta vez sem VAR. “Acabámos por deixar o V. Guimarães ter mais bola na segunda parte, já que na primeira andou sempre atrás da bola. Foi um grande jogo, seis golos, intenso, não houve cá tretas, jogadores a atirarem-se para o chão. Nós nunca entrámos nisso porque não deixo que o façam. Jogando sempre na defesa da vitória, com o V. Guimarães à procura da vantagem, muito bem. Conseguiu empatar, mas isto com o VAR… O terceiro golo está em fora de jogo, há um penálti também sobre o Gonçalo Ramos. Mas isso já passou e agora o importante é que foi um bom jogo”, disse.