O antigo secretário da Educação da Madeira e deputado do PSD à Assembleia da República Carlos Lélis morreu esta terça-feira no Funchal, vítima de doença prolongada, disse fonte do partido.

O PSD/Madeira emitiu uma nota de pesar realçando tratar-se de uma “figura que, a vários níveis, se destacou na história da região e do partido”, e manifestando a sua gratidão.

“Quer ao serviço do Governo Regional, quer enquanto deputado eleito à Assembleia da República e, também, no exercício das diferentes funções, públicas e privadas, que assumiu ao longo da vida, Carlos Lélis prestou um importante e inegável contributo à região, que ora se sublinha, perante uma perda que nos deixa, a todos, mais pobres”, lê-se.

Também o Governo Regional da Madeira expressou o seu “mais profundo pesar” pela morte de Carlos Lélis da Câmara Gonçalves, aos 90 anos, e referiu que “a Educação e a Arte madeirenses muito lhe devem, sendo sempre, ao longo da sua vida, um dos seus principais baluartes e defensores, além de inovador pedagogo”.

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O executivo madeirense liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque recorda que Carlos Lélis nasceu em 31 de outubro de 1931, no Funchal.

Licenciou-se em Filologia Românica e doutorou-se em Ciências da Comunicação. Frequentou pós-graduações em Técnicas de Recolha de Dados e Investigação e em Gestão de Recursos Humanos.

Era, refere o executivo, um “homem com grande currículo nas letras e nas artes”, tendo desempenhado o cargo de secretário regional da Educação e deputado na Assembleia da República nas V e VI Legislaturas, eleito pelo círculo da Madeira, pelo PSD.

Foi também “o principal responsável madeirense na comissão da Expo 98”, leitor e professor nas universidades de Bucareste (Roménia), Clermont-Ferrand e Rennes (França), bem como membro da Comissão Instaladora do Instituto Universitário da Madeira.

Desempenhou diversos cargos nacionais na área da Educação, foi membro do Conselho Nacional de Teatro e do Conselho de Programas da Televisão, presidente da Casa da Madeira em Lisboa, secretário do Conselho das Comunidades Portuguesas e diretor do Notícias da Madeira.

“Ilhas D’Invenção (1999)” e “Cem Cheques Carecas” (2003) são duas das suas obras publicadas.

A Câmara do Funchal e o presidente, Pedro Calado, manifestaram igualmente o seu pesar pela morte de Carlos Lélis, associando-se o executivo municipal, “nesta hora de sofrimento, à família”, refere a nota distribuída pelo município.

Representante da República lamenta morte de “figura ímpar”

O representante da República para a Madeira lamentou a morte do antigo deputado na Assembleia da República, falando da perda de “um figura ímpar da comunidade” regional.

“A sua vasta ação cultural, política e cívica em prol da Região Autónoma da Madeira, de par com as elevadas qualidades de pedagogo, reconhecidas por sucessivas gerações de quantos tiveram o privilégio de ser seus alunos, contribuíram decisivamente para que, ainda hoje, seja uma referência ímpar da Educação na Região Autónoma da Madeira”, lê-se na mensagem de condolências distribuída pelo gabinete de Ireneu Barreto.

O juiz conselheiro afirma que o antigo deputado era um “madeirense ilustre”, tendo-se licenciado em Filosofia Românica e lecionado no antigo Liceu Nacional do Funchal, hoje Escola Secundária Jaime Moniz.

Carlos Lélis, destaca, desempenhou vários cargos de direção no setor turístico e em meios universitários estrangeiros, tendo sido leitor de Português em França e adido cultural na Roménia.

O representante destaca que se “notabilizou no exercício de missões de serviço público, nomeadamente como secretário regional da Educação do Governo Regional da Madeira, deputado na Assembleia da República, responsável pela participação da Madeira na Expo 98 e membro da comissão encarregada da instalação da extensão universitária que esteve na génese da Universidade da Madeira”.

“Cultivou o ensino, jornalismo, crítica de arte, encenação, declamação e direção criativa, e publicou vários livros, sobretudo de poesia, tendo sido agraciado pelo Presidente da República, em 2015, com o grau de comendador da Ordem do Mérito”, escreve Ireneu Barreto.

O representante destaca ainda o “seu profundo amor à sua ilha e às suas gentes”, sublinhando que os seus contemporâneos vivem hoje “um enorme sentimento de perda”.