Angola quer reforçar a cooperação com Portugal no setor das pescas, nomeadamente nas áreas da aquacultura, investigação científica e formação de recursos, disse esta quarta-feira em Lisboa a secretária de Estado da tutela angolana.

Numa conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga portuguesa, Teresa Coelho, a governante angolana, Esperança da Costa, considerou que a cooperação entre Portugal e Angola no setor das pescas “tem laços históricos e é bastante forte nos vários domínios, mas sobretudo no da investigação científica e da formação de quadros especializados”.

Segundo a secretária de Estado angolana, no âmbito do protocolo assinado em 2019 entre os dois países, deverá haver agora “um reforço da [cooperação] em algumas áreas, tendo em conta a estratégia do desenvolvimento sustentável, aquilo que são as prioridades nacionais em termos de diversificação da economia e aquilo que são as necessidades também de maior desenvolvimento, em Angola, da aquicultura, na vertente continental, mas também da aquicultura marinha.”

“Portugal tem uma boa experiência neste domínio, Angola tem um ecossistema marinho que oferece boas oportunidades para o desenvolvimento da aquicultura. Então é concentrar aqui sinergias para a identificação de projetos com reciprocidade de vantagens”, afirmou, após uma reunião de dois dias, em Lisboa, com Teresa Coelho.

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A secretária de Estado das Pescas portuguesa fez questão de sublinhar, por seu lado, que estes dois dias de trabalho foram “uma sessão muito produtiva”, que teve como principais temas os assuntos do mar, a estratégia nacional para o mar, a conferência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre os oceanos e a investigação científica no setor.

Sobre a investigação científica disse: É uma área que já estava numa fase muito mais madura de cooperação”.

Teresa Coelho fez também questão de relembrar que a sua homóloga já tinha estado em Lisboa em agosto deste ano e que as reuniões agora tidas entre ambas as governantes foram a continuação de um trabalho que tem estado a ser desenvolvido presencialmente ou virtualmente, tendo por base um memorando de entendimento firmado entre os dois governos em 2019.

Neste contexto, salientou: “Em Portugal nós estamos focados, nas pescas, em melhorar o rendimento dos pescadores, em valorizar o produto das pescas, em melhorar a formação profissional e em valorizar a profissão. Portanto, queremos ser um setor mais moderno, mais competitivo, mais rentável”.

Angola acompanha-nos e o que estamos aqui a estabelecer é a continuar as bases de uma cooperação que já se iniciou há muito tempo, mas que o objetivo é o mesmo, é termos cada vez um setor das pescas e uma fileira do pescado com bons resultados para os nossos pescadores, desenvolver uma pesca sustentável e saber que os nossos pescadores têm um produto valorizado”, acrescentou.

Para isto, sublinhou: “Precisamos de ter uma indústria com boas bases, ter melhores condições do ponto de vista da higiene e segurança alimentar e da segurança de pessoas e bens (…). E estes são objetivos para Portugal e Angola”.

Quanto à aquacultura “também é uma matéria muito importante”, admitiu a secretária de Estado de Portugal.

“Portugal está a fazer o caminho de melhorar os estabelecimentos e produção aquícola. Angola também. E nós aprovámos este ano a Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030 e o plano de ação”, sublinhou.

Além disso, há “um excelente entendimento entre os dois paises”, sublinhou.

A secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, recebeu a sua homóloga de Angola, Esperança da Costa, a 2 e 3 de novembro, para fazer o ponto da situação da cooperação bilateral e identificar novas áreas de trabalho conjunto.

As duas responsáveis reuniram-se com os organismos do ministério e analisaram as diferentes áreas do setor das pescas e aquacultura.

Nestas reuniões esteve também presente a diretora do Instituto de Investigação Marinha de Angola, Filomena Vaz Velho.